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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
No embalo
Com a vitória de ontem no STF, que ressuscitou a
CPI do Apagão Aéreo, a oposição defende que a investigação não se restrinja ao caos nos aeroportos, englobando os contratos da Infraero. "O governo preferiu
nos tratorar na Câmara. Perdeu as condições de diálogo", diz o tucano Gustavo Fruet (PR).
Amparados na decisão, os oposicionistas tentarão
constranger o presidente da Casa, Arlindo Chinaglia
(PT-SP), com novas mobilizações nos aeroportos para que ele instale imediatamente a comissão. Enquanto isso, passarão um pente-fino nas bases de dados das
CPIs dos Correios, dos Bingos e dos Sanguessugas em
busca de "linhas de apuração" na Infraero.
Atípico. Causou surpresa
no meio diplomático americano a ausência de Marisa na
visita que Lula fará aos EUA.
Além de pernoitar sozinho
hoje na casa de hóspedes da
Presidência em Washington,
a Blair House, ele será recebido sozinho amanhã por George e Laura Bush no retiro de
Camp David, em Maryland.
Para os íntimos. Lula só
pronunciou corretamente o
nome de Franklin Martins na
primeira vez em que o mencionou na solenidade de posse. No restante do tempo, referiu-se ao novo ministro da
Comunicação como "Frank".
Pelas paredes 1. O protesto público da CUT contra a
mudança de Luiz Marinho do
Trabalho para a Previdência
foi contido. Em privado, o ministro está soltando fumaça.
Pelas paredes 2. Além de
o Trabalho ser mais adequado
a quem quer fazer bondades
de olho em 2008 (Marinho é
pré-candidato em São Bernardo), há o fato de que na
Previdência ele estará engessado pelo time montado à
época de Ricardo Berzoini,
até hoje atuante na pasta.
Mais encrenca. O ministro Marco Aurélio Mello disse
a políticos que o procuraram
em busca de esclarecimentos
sobre a decisão do TSE pró-fidelidade partidária que, em
seu entender, o parlamentar
deve perder o mandato mesmo se tiver ido para outro partido da mesma coligação.
Caminhos. O recém-batizado Democratas, ex-PFL,
praticamente desistiu de pedir à Mesa da Câmara a vacância dos mandatos dos deputados que mudaram de legenda.
A tendência é solicitar ao TSE
uma orientação geral sobre
como os TREs e os Legislativos devem proceder para aplicar a interpretação da lei.
BBB do PMDB. Para desanuviar o clima no jantar da
"concórdia" peemedebista,
Michel Temer propôs a Renan Calheiros um brinde pela
"união" do partido. A cena remeteu ao bordão irônico de
Alemão e Caubói, inimigos no
"Big Brother Brasil": "Um
brinde à harmonia da casa".
Pelo esforço. A indicação
de Maguito Vilela para a presidência da Conab, ligada ao
Ministério da Agricultura,
tem o endosso da bancada do
Centro-Oeste do PMDB, segundo a qual o ex-senador
goiano merece compensação
por ter feito a campanha de
Lula num Estado onde Geraldo Alckmin chegou a liderar.
Pano rápido. Sincero ou
não, o fato é que Geraldo Alckmin pediu a aliados paulistas
que não mencionassem a disputa pela prefeitura da capital
no jantar em sua homenagem
quarta em Brasília. Coube ao
gaúcho Julio Redecker atravessar o script: "O PSDB de
São Paulo terá o prefeito, sim,
se o nosso governador aceitar". Constrangimento geral.
Onde pega. Tem nome e
sobrenome o novo ponto de
atrito entre o governo Serra e
as universidades públicas
paulistas: Eduardo Chaves,
número dois de José Aristodemo Pinotti na Secretaria de
Ensino Superior. O conselho
da Unicamp já aprovou até
moção contra Chaves, considerado adversário dos interesses dessas instituições.
Tiroteio
"Diante da total incapacidade do Congresso de
realizar a reforma política, os tribunais
superiores vão legislar cada vez mais".
Do senador MARCONI PERILLO (PSDB-GO) sobre a decisão do TSE de
punir com a perda do mandato deputados que foram eleitos por um
partido e migraram para outro.
Contraponto
Bolsa de gelo
Na comemoração dos 27 anos do PT, realizada no início
de fevereiro em Salvador, Lula pegou pesado com seus
correligionários, exortando-os a moderar as disputas internas e o tiroteio contra os aliados. Encerrado o discurso, o clima festivo voltou a reinar no salão do hotel Othon.
Na manhã seguinte, os jornalistas perguntaram à líder
da bancada petista no Senado, Ideli Salvatti (SC), se ela
achava que o presidente havia exagerado.
-Ah, o presidente eu não sei, mas no PT, quase todo
mundo exagerou um pouco ontem...-, respondeu ela.
Só aí Ideli percebeu que o assunto era a bronca de Lula.
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