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Governos de Lula e FHC dividem preferência por mercadinho sofisticado
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pelo menos na escolha do
mercado, os governos do PT
e do PSDB combinam. É no
La Palma, uma espécie de
"mercadinho" de produtos
diferenciados de Brasília,
que servidores das duas gestões vão para abastecer despensas com vinhos, azeites
importados, temperos exóticos e outras especiarias.
O dossiê elaborado pela
Casa Civil com despesas do
governo Fernando Henrique
Cardoso revela a preferência
pelo mercadinho. Nos anos
de 1998 e 2001, foram gastos
R$ 37.944,72 no local.
O Portal da Transparência
da CGU (Controladoria-Geral da União) também aponta os gastos do governo de
Luiz Inácio Lula da Silva no
mercado. De 2004 para cá os
pagamentos com cartão corporativo no local somaram
R$ 21.362,31.
O valor, no entanto, não
inclui os gastos com a Presidência da República, uma
vez que estes são considerados sigilosos. No caso de Fernando Henrique, os dados
levantados pela Casa Civil
também são reservados, mas
foram vazados.
Raridades
O dono do mercadinho,
Rogério Muniz Neto, diz que
vende para o governo "desde
a época de Figueiredo" e
considera que o segredo para
atrair clientes com cartão
corporativo é a qualidade de
seus produtos. No local, há
especiarias difíceis de serem
encontradas, como sal do
Himalaia.
Sobre a crise no atual governo por causa de gastos irregulares com cartões, Neto
se sente um dos poucos beneficiados. "Todo mundo está falando da minha loja." O
que não significa que torce
para que a "propaganda" se
estenda. "Espero que se resolva logo, para o bem do
país", afirma.
Para encerrar a entrevista,
ele avisa que, além de cartão
corporativo, também recebe
dinheiro, cheque e até passe
de ônibus em troca das mercadorias.
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