São Paulo, domingo, 30 de março de 2008

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Governos de Lula e FHC dividem preferência por mercadinho sofisticado

ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pelo menos na escolha do mercado, os governos do PT e do PSDB combinam. É no La Palma, uma espécie de "mercadinho" de produtos diferenciados de Brasília, que servidores das duas gestões vão para abastecer despensas com vinhos, azeites importados, temperos exóticos e outras especiarias.
O dossiê elaborado pela Casa Civil com despesas do governo Fernando Henrique Cardoso revela a preferência pelo mercadinho. Nos anos de 1998 e 2001, foram gastos R$ 37.944,72 no local.
O Portal da Transparência da CGU (Controladoria-Geral da União) também aponta os gastos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva no mercado. De 2004 para cá os pagamentos com cartão corporativo no local somaram R$ 21.362,31.
O valor, no entanto, não inclui os gastos com a Presidência da República, uma vez que estes são considerados sigilosos. No caso de Fernando Henrique, os dados levantados pela Casa Civil também são reservados, mas foram vazados.

Raridades
O dono do mercadinho, Rogério Muniz Neto, diz que vende para o governo "desde a época de Figueiredo" e considera que o segredo para atrair clientes com cartão corporativo é a qualidade de seus produtos. No local, há especiarias difíceis de serem encontradas, como sal do Himalaia.
Sobre a crise no atual governo por causa de gastos irregulares com cartões, Neto se sente um dos poucos beneficiados. "Todo mundo está falando da minha loja." O que não significa que torce para que a "propaganda" se estenda. "Espero que se resolva logo, para o bem do país", afirma.
Para encerrar a entrevista, ele avisa que, além de cartão corporativo, também recebe dinheiro, cheque e até passe de ônibus em troca das mercadorias.


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