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Dirceu ataca "pena eterna" a Delúbio e defende volta
DA SUCURSAL DO RIO
Um dia após participar no
Rio de seminário da corrente
petista Construindo um Novo
Brasil (CNB), o deputado federal cassado José Dirceu defendeu ontem a volta do ex-tesoureiro Delúbio Soares ao PT.
No evento, circulou um abaixo-assinado pedindo o retorno
ao PT de Delúbio, acusado de
ser um dos principais operadores do mensalão.
Delúbio foi expulso do PT em
2005 e quer ser candidato a deputado federal por Goiás em
2010. Ele e Dirceu são réus no
processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal.
Para Dirceu, manter a expulsão de Delúbio seria aplicar
"uma pena eterna". "Não existe
pena eterna, não existe. É uma
coisa medieval", disse ontem
por telefone, de Nova York.
No seminário de anteontem,
com a presença do presidente
nacional do PT, Ricardo Berzoini, o ex-ministro da Casa Civil foi aplaudido de pé pelos
cerca de 500 participantes.
Ontem, apesar de ressaltar
que não integra o Diretório Nacional do partido -que decidirá em 23 de maio sobre o tema-, Dirceu afirmou que é necessário esperar o desfecho do
caso na Justiça para não prejulgar Delúbio. Para ele, o antigo
tesoureiro "tem o direito de reivindicar refiliação". Em 2005,
Dirceu votou pela suspensão e
contra a expulsão de Delúbio.
O ex-ministro minimizou,
porém, a força e a influência de
sua opinião na votação de maio.
"No Diretório Nacional, ninguém vai votar pela minha opinião, ninguém. Zero. Esse é um
assunto em que cada um tem
uma posição, não precisa da
minha opinião."
Dirceu disse não ter visto ou
assinado o abaixo-assinado durante o seminário no Rio.
Segundo o documento, o
mensalão não existiu, Delúbio
não se beneficiou pessoalmente do dinheiro de "recursos não
contabilizados" e já ficou quatro anos afastado do partido.
Em consulta feita pela Folha
a 75 dos 84 membros do Diretório Nacional do PT na semana passada, só pouco mais de
um quarto (20) deles rejeitou
categoricamente o retorno de
Delúbio. A autorização para ele
voltar depende da aprovação
de maioria simples.
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