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ANÁLISE
Publicidade é um dos alvos do programa
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é à toa que na página
principal do governo federal
sobre o Programa de Aceleração do Crescimento exista, bem
ao lado do slogan do PAC, a palavra "publicidade".
Clicando ali, é possível baixar
facilmente a "marca PAC", tanto nos formatos "horizontal"
como "vertical" como em vários tamanhos. Ou, para quem
tiver necessidade, conhecer o
"Manual da marca PAC" e suas
aplicações para chancelar
obras de infraestrutura.
Já para conhecer o detalhamento da execução do programa, as dificuldades são intransponíveis. Além de balanços
quadrimestrais que não detalham nem 10% das ações do
PAC executadas até aqui, a relação de centenas de obras divididas por todo o país não traz
quase nenhum delineamento.
Ontem, mais uma vez, o governo anunciou que cerca de
40% do PAC 1 foram finalizados. Como saber? Mais uma
vez, são apenas grandes números distribuídos pelos Estados.
Não há nada esmiuçado, como seria de se esperar da maior
vitrine da candidata à sucessão
de Lula, Dilma Rousseff, tida
como "técnica" e rigorosa.
No lançamento do PAC 2 ontem, em Brasília, Dilma pelo
menos foi relativamente "rigorosa" ao afirmar que o programa "firmou a mais sólida relação entre o setor público e privado". E que promoveu trabalho "harmônico e integrado"
entre Estados e municípios.
Com uma miríade de coligações envolvendo o PT em ano
eleitoral e a popularidade de
Lula em nível recorde de 76%,
não admira que a "marca PAC"
seja usada de forma publicitária por vários governos estaduais para chancelar obras.
Mas o que a ministra-candidata não disse é que, sem as empresas privadas, Estados e municípios, os gastos diretos do
governo Lula na área de infraestrutura nos últimos sete
anos e três meses são tão pífios
quanto o foram nos oito anos
do governo FHC (1995-2002).
Por conta de outras despesas
que não param de aumentar, na
média, nenhum dos dois governos superou a irrisória marca
de 1% do PIB. Mesmo tendo
ambos acelerado o aumento da
carga tributária.
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