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PT tomou decisões
incorretas, diz Malan
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Pedro Malan (Fazenda) disse que o PT tem dado
"passos" na direção correta, mas
afirmou que o partido tomou várias decisões "incorretas" no passado que ainda não foram revistas. Sem citar a sigla PT, Malan
disse que "o maior partido de
oposição do país" acabou sendo
alvo de uma avaliação negativa
dos bancos de investimento americanos Merrill Lynch e Morgan
Stanley Dean Witter porque não
deixou claro se mudou mesmo.
O ministro disse, porém, que
ainda não havia sido informado
da reavaliação. O banco rebaixou
a sua classificação sobre a dívida
brasileira porque o pré-candidato
do PT à Presidência, Luiz Inácio
Lula da Silva, aumentou sua liderança nas pesquisas eleitorais.
"Todos os analistas vão fazer
projeções para o futuro. Eles são
responsáveis por recursos que
não são seus", disse o ministro.
Malan apenas ressalvou que a
pesquisa eleitoral mais importante é a que acontecerá com as eleições em outubro.
"É uma justificativa equivocada
para o rebaixamento [a vantagem
de Lula" porque as pesquisas de
opinião vão sair ao longo de vários meses. A economia não pode
ser gerida sob a influência da pesquisa da véspera", comentou.
Ele lembrou que o PT participou da organização de um plebiscito em junho de 2000 sobre a
possibilidade de o país deixar de
pagar as dívidas externa e interna.
Segundo Malan, o mercado precisa saber que os contratos serão
respeitados. "É legítimo que os
observadores sejam mais esclarecidos mesmo", disse.
O ministro disse que tem notado "mudanças" nas posições do
PT, mas explicou que decisões
formalizadas em várias instâncias
do partido ainda não foram revistas. Como sinais de mudança,
Malan citou uma entrevista do
deputado Aloizio Mercadante
(PT-SP), publicada pelo jornal
"Valor Econômico" na última semana. Nela, Mercadante diz que a
queda dos juros não é uma questão de "vontade política".
"Expressões que eu uso há anos
["Não existem mágicas"" estão
sendo usadas agora pelo deputado", disse. Mas Malan afirmou
que os sinais de mudança ainda
são tênues. "Essas coisas não se
resolvem com uma entrevista."
O ministro citou o apoio de Lula
ao protecionismo francês na área
agrícola e as decisões da direção
do PT sobre a necessidade de uma
reforma radical na Lei de Responsabilidade Fiscal.
O ministro não quis revelar o
seu voto nas eleições para presidente, mas lembrou uma entrevista dada à Folha em janeiro na
qual classifica José Serra como
"um grande quadro político" do
país.
(SÍLVIA MUGNATTO)
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