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Com anistia do Congresso, casos ficam impunes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar da série de escândalos
que atingiu o Congresso nos últimos meses, ninguém foi punido até agora. E a perspectiva é
que o cenário não mude, já que
o discurso oficial é o de conceder anistia para casos passados.
Denúncias não envolveram
apenas a concessão de passagens para familiares, mas trouxeram à tona o pagamento de
domésticas com verbas públicas, o uso de um celular do Senado pela filha de um senador
no exterior e o uso da verba pública para fretar jatinhos.
E não foram só os congressistas os envolvidos. O desgaste do
Congresso atingiu também diretores e funcionários, que usaram laranjas para esconder os
verdadeiros donos de empresas
e ganharam horas extras nas férias, entre outros escândalos.
No último deles, o da farra
das passagens aéreas, deputados foram flagrados concedendo bilhetes para parentes irem
ao exterior fazer turismo. O caso teve início há 15 dias, quando
foi revelado que Fábio Faria
(PMN-RN) bancou viagens de
artistas e de sua ex-namorada
Adriane Galisteu. A mãe de Galisteu foi para Miami bancada
pela Câmara. Só após revelado
o escândalo, o deputado resolveu devolver o dinheiro.
Um terço dos integrantes do
Conselho de Ética da Câmara,
órgão responsável por julgar
eventual quebra do decoro,
emitiu ao menos 35 passagens
para o exterior em seus próprios nomes ou no de terceiros.
A Folha mostrou que Eugênio
Rabelo (PP), ex-presidente do
Ceará Sporting Club, bancou
com verba da Câmara 77 bilhetes para dirigentes e jogadores.
A resposta à crise foi a definição de novas regras, como a diminuição do valor da cota aérea e a proibição do uso do benefício por parentes. Além disso, ontem o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), oficializou a criação de comissão de trabalho, com seis
deputados, para analisar uma
reforma administrativa.
Porém, por falta de regulamentação, irregularidades cometidas até aqui estão perdoadas. Temer disse que apenas
analisa pedir investigação dos
casos de Faria e de Rabelo.
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