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Após tropeços, Lula fará "tour" com Dilma
Presidente pede calma a integrantes da campanha petista e prepara viagens em tom de "despedida" pelo país, depois da Copa
Repercussão negativa no noticiário e pesquisas que mostram Serra na dianteira causaram início de tensão na equipe da pré-candidata
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Lula já definiu
uma das estratégias para tentar
vitaminar a candidatura de Dilma Rousseff a partir de julho:
fará, depois da Copa, viagens
em tom de despedida pelo país,
quando dirá que a ex-ministra é
a única que dará continuidade
às políticas de seu governo.
Além disso, Lula confidenciou a aliados que prepara uma
"série de atos de impacto" para
buscar uma virada na eleição,
mantidos em sigilo por enquanto. Tudo, porém, está reservado para acontecer depois
da Copa. O presidente tem insistido que a eleição só começará após os jogos na África do Sul
e que não adianta ter "ansiedade" nessa fase da campanha.
Nos últimos dias, Lula tem
pedido calma aos integrantes
da campanha de Dilma, diante
do início de tensão provocado
pelo que classificam de noticiário negativo e pelos resultados
das últimas pesquisas, mostrando o tucano José Serra entre sete e dez pontos percentuais à frente da petista.
Lula disse a Dilma e sua equipe que eles não precisam entrar
em "crise" na eventualidade de
a ex-ministra cair nas próximas
pesquisas -ela está na casa dos
30%. Ele lembra que, em 1994,
tinha cerca de 40% nessa época, enquanto FHC atingia em
torno de 10%. Depois, ancorado
no Plano Real, o tucano virou e
ganhou no primeiro turno.
Nas conversas, o presidente
tem dito que seu governo será a
"âncora de Dilma" e vai garantir sua virada quando a eleição
começar de fato. Lula tem resistido a atender apelos do comando de campanha para fazer
mais viagens ao lado da ex-ministra. Para o petista, ele não
pode "banalizar" sua presença
ao lado de Dilma nessa fase,
quando boa parte do eleitorado
ainda não está ligado na disputa. Seria "gastar munição".
Na visão de Lula, Dilma deve
dar prioridade nesse momento
a treinamentos com sua equipe
visando se preparar para programas de TV e rádio, buscando
usar uma linguagem "mais simples e direta, frases curtas e evitar termos técnicos".
O presidente avalia que os erros atuais não são graves e que
Dilma já evoluiu. Os deslizes,
porém, não poderiam se repetir
na fase oficial de campanha,
principalmente nos debates.
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