São Paulo, domingo, 30 de maio de 2004

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Petistas não repetem aliados de Lula em cidades importantes de São Paulo

DAS REGIONAIS
DA AGÊNCIA FOLHA
DA REDAÇÃO

Assim como ocorre na capital paulista, o PT também não tem formado alianças com outros partidos para a disputa eleitoral em cidades importantes do interior e do litoral de São Paulo. Exemplos: Ribeirão Preto, Santos, Santo André e Ribeirão Pires. Em todas essas cidades -as duas últimas do grande ABC, reduto petista- as chapas não devem ter apoio de grandes partidos aliados do governo federal.
Em Ribeirão, terra do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), o PT não conseguiu fechar aliança com nenhum dos grandes partidos que dão sustentação ao governo Lula, considerados prioritários pela legenda no início das articulações.
Com o prefeito Gilberto Maggioni já definido como pré-candidato à reeleição, o PT já perdeu o apoio do PMDB e do PL, que terão pré-candidatos próprios.
Na cidade, a esperança dos petistas está agora no apoio do PTB, o que ainda não é certo. Foram fechados até agora apenas acordos com PC do B e PCB, legendas menores que, tradicionalmente, dão apoio aos petistas. Nas outras grandes cidades da região de Ribeirão administradas por petistas, o problema é semelhante: a sigla está praticamente isolada em Franca, Araraquara e São Carlos.
Na região do ABC, Santo André e Ribeirão Pires devem ter chapas petistas "puro sangue". Em Mauá, até há o apoio de PMDB e PC do B, mas, mesmo assim, os pré-candidatos a prefeito e vice devem vir do próprio PT. São Caetano e Diadema ainda negociam com PMDB, mas o acordo não está certo. Apenas São Bernardo do Campo e Rio Grande da Serra conseguiram fechar acordo com PMDB e PL, respectivamente.
Santos, no litoral paulista, enfrenta a mesma situação. O PT terá o apoio do PC do B, mas enfrenta dificuldades para atrair PDT, PSB e PL, todos, em princípio, com pré-candidatos. O PMDB, outro aliado no plano federal, também deve lançar candidatura própria na cidade.
Em Campinas pode ocorrer uma exceção, pois o PT busca a composição de uma aliança mista que pode passar pela definição de um vice de outro partido. Oficialmente, apesar de fechado acordo apenas com o PC do B, há negociações com o PPS, o PV e o PSB.
A movimentação, no entanto, não é consenso dentro do PT, que está rachado. O grupo ligado ao prefeito morto Antonio da Costa Santos -assassinado em 2001-, que disputou as prévias e obteve 40% dos votos, não concorda com a busca por alianças e defende a indicação de um candidato a vice do próprio partido. (JOSÉ BENEDITO DA SILVA, FAUSTO SIQUEIRA, RICARDO BRANDT E VIRGILIO ABRANCHES)


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