São Paulo, terça-feira, 30 de maio de 2006

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PAINEL

Renata Lo Prete @ - painel@uol.com.br

A dança dos vetos

Lula queria um vice do PMDB. Não dando, topa José Alencar, mas prefere Ciro Gomes. O PSB, partido de Ciro, só aceita vê-lo na chapa se for construída uma solução que fortaleça a candidatura do presidente da sigla, Eduardo Campos, ao governo de Pernambuco -onde o petista Humberto Costa lhe dificulta a vida.
O PC do B não quer ficar sozinho na aliança com Lula. Assim, topa Ciro apenas se o problema de Campos for resolvido. O PT rejeita Ciro, Campos e qualquer nome com chances de vôo em 2010 -daí sua preferência por Alencar, PRB, 75. Sarney e Renan, regentes do PMDB governista, também torcem o nariz para Ciro. Preferem alguém menos inclinado a sonhar com a sucessão de Lula. Como Aldo Rebelo (PC do B).

Cobertor curto. Criado para solucionar desacertos da aliança de Geraldo Alckmin, o Conselho Político estréia hoje sob bombardeio da parcela baiana do PFL. Excluída do grupo, a ala de ACM diz que não acatará nada decidido ali.

Ciúme. O deputado ACM Neto se queixou da composição do conselho a dois tucanos. O que mais irrita os carlistas é o fato de o rival Jutahy Júnior (PSDB) ter assento.

Ufa! Segundo o Vox Populi, Alckmin ultrapassou a barreira dos dois dígitos na Bahia. Está com 12%, mas ainda a léguas de Lula (60%). Dos entrevistados, 53% não associam o presidente ao candidato do PT, Jaques Wagner.

Gordura. O grupo do prefeito Cesar Maia acha que Alckmin pode tirar ao menos dez pontos de Lula no Rio. O presidente tem 35% de preferência, mas seu governo é considerado ótimo/bom por 25%.

Na foto. A coordenação da campanha de Alckmin lançará a chapa PSDB-PFL na pequena sala da CCJ da Câmara. "Não pode ser um lugar muito grande, para dar a impressão de estar cheio", diz o candidato a vice, José Jorge (PFL).

Veja bem. Em almoço no domingo, o ministro Valmir Campelo disse aos presentes que, se o TCU quisesse, não faltaria base técnica para rejeitar as contas do governo Lula em 2005. O parecer de Campelo, a ser votado hoje, recomendará a aprovação.

Vida ganha. Ibope realizado no Amapá dá 58% das intenções de voto para José Sarney (PMDB), que buscará a reeleição ao Senado. Cristina Almeida (PSB) tem 8%, enquanto seu correligionário João Capiberibe lidera a disputa estadual com 41%. O atual governador, Waldez Góes (PDT), registra 35%.

Saída à vista 1. Roberto Freire (PPS) adiou para quinta a decisão sobre sua candidatura presidencial. No fim de semana, desistiu de ser vice de Cristovam Buarque (PDT).

Saída à vista 2. O presidenciável do PPS deve ceder a apelos de seções estaduais do partido e retirar seu nome. O apoio a Alckmin, no entanto, vai demorar alguns dias.

Fator concreto. O senador Osmar Dias (PDT) afirma ter adiado a definição sobre o futuro de sua candidatura ao governo do Paraná por motivo de saúde, e não por indecisão.

Outro lado. A família Tuma diz que não está interessada no comando do Detran-SP.

Visitas à Folha. Ilona Becskeházy, diretora-executiva da Fundação Lemann, visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Ana Florence, assessora de comunicação.  

Sebastião Luiz Amorim, desembargador e presidente da Apamagis (Associação Paulista de Magistrados), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Henrique Nelson Calandra, 1º vice-presidente, de Luis Antonio Vasconcellos Boselli, desembargador e diretor-secretário, de Otávio Fernandes, escrivão, e de Marcos Plonka, assessor de comunicação.

Tiroteio

Cláudio Lembo fica com esse papo furado de "elite branca". O problema dele é que nunca teve um voto na vida. Tem cara de burro.


Do senador ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL-BA) sobre o governador paulista, seu correligionário, que, pouco depois do levante do PCC, criticou a "elite branca", a qual, cedo ou tarde, teria de "abrir a bolsa".

Ligação direta

Na semana passada, um grupo de petistas abordou o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Sigmaringa Seixas (PT-DF), enquanto ele chegava a seu gabinete utilizando o celular.
Entraram todos juntos na sala, mas nada de conversa: o deputado emendava uma ligação na outra. Maurício Rands (PE) sugeriu a José Eduardo Cardozo (SP):
-Já viu que, para falar com ele, só por telefone.
Cardozo então pegou o celular de uma assessora e, de frente para Sigmaringa, digitou o número do amigo, que interrompeu a ligação anterior para atender à nova:
-Podemos nos falar agora?-arrematou Cardozo.

com VERA MAGALHÃES e CONRADO CORSALETTE


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