São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2008 |
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Painel RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br Próximo capítulo
Ao insistir, em seu voto no caso das pesquisas com
células-tronco, no dever do STF de avançar em decisões "de caráter aditivo", o presidente Gilmar Mendes
antecipou o tom do próximo julgamento polêmico na
agenda do tribunal: o da demarcação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol. Tudo indica que o Supremo, além de decidir sobre a conveniência de criar ou
não "bolsões" dentro da reserva, irá se manifestar sobre questões como soberania, fronteiras e presença
do Estado na Amazônia. O que antes seria tido como
intromissão foi defendido ontem pelo ministro como
um novo papel da Corte -que, segundo ele, é "a casa
do povo" tanto quanto o Congresso. Muito além. Gilmar frisou que o papel do STF "transcende o jurídico", citando julgamentos recentes, como o da fidelidade partidária. Chegou a dizer que o tribunal tem caráter "mais idealista" que o do Legislativo. Dia seguinte. O ministro Cezar Peluso resolveu esclarecer o teor de seu voto, pró-pesquisa, depois de ter sido procurado na noite anterior pela geneticista Mayana Zatz, que lhe informou sobre regras de fiscalização já existentes. Clube. Celso de Mello, Ellen Gracie e Ayres de Britto formaram grupo afinadíssimo durante todo o julgamento. Hora difícil. Paulinho (PDT-SP) encomendou a assessores uma lista de deputados que disputarão as eleições de outubro. Vai oferecer a militância da Força Sindical em troca de apoio no vindouro processo de cassação motivado pelas descobertas da Operação Santa Tereza. Porta de saída. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, deu prazo até hoje para que o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão, outro personagem da Santa Tereza, deixe a sigla. Do contrário, diz o senador, será expulso. Prorrogação. Para adiar a votação da nova CPMF, que ameaçava invadir a madrugada na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) argumentou que "ainda dava tempo" de acompanhar a disputa de pênaltis entre o seu Corinthians e o Botafogo, pela Copa do Brasil. Na surdina 1. Enquanto governo e oposição se engalfinham a propósito da CPMF que virou CSS, os secretários estaduais da Saúde trabalham intensamente para modificar o projeto que regulamenta a emenda do setor. Na surdina 2. Os Estados querem incluir na proposta um "gato" que lhes garanta a possibilidade de continuar a computar os gastos com inativos dentro dos 12% do Orçamento que têm de investir em saúde (ainda que a maioria não cumpra esse percentual). O alvo. Pouco antes de ser surpreendido pela operação da PF, Anthony Garotinho (PMDB) escrevia, em seu blog, dura crítica à política de segurança pública do correligionário Sérgio Cabral. "Os resultados vão de mal a pior e os números oficiais mostram essa realidade", afirmou. Laços. Preso pela Operação Segurança Pública S/A, o deputado estadual Álvaro Lins (RJ) compartilhou o comitê financeiro do PMDB, na campanha de 2006, com o federal Leonardo Picciani. Dali saíram R$ 600 mil para Picciani, mais da metade do custo declarado de sua campanha. Por outro lado. Ana Júlia (PT-PA) não contesta Blairo Maggi (PR-MT), segundo quem o Pará desmata mais que Mato Grosso, mas alega que seu Estado é o que mantém a maior área remanescente de floresta (56%) dentre os campeões de desmatamento. Os dois estarão hoje na reunião dos governadores da Amazônia, em Belém. Visita à Folha. Hélio Costa (PMDB-MG), ministro das Comunicações, visitou ontem a Folha. com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO Tiroteio No teatro, o ator muda de personagem e continua a despertar emoções. Na cena política, ele se liquida. Do prefeito do Rio, CESAR MAIA (DEM), sobre o pré-candidato à sua sucessão Fernando Gabeira (PV), que disse que, se eleito, terá de "engolir algumas coisas" e se entender com Lula. Contraponto Data venia
A sessão de ontem do STF já se estendia por cinco horas quando Cezar Peluso e Celso de Mello iniciaram acalorada discussão sobre a declaração final do resultado. |
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