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Inocêncio questiona prazo do caso Paulinho
Corregedor entra com representação contra presidente do Conselho de Ética, que pediu 15 dias para instaurar processo
Houve discussão, e Arlindo Chinaglia, presidente da Câmara, teve de intervir; ele declarou esperar "que o conselho cumpra seu papel"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O processo de cassação do
mandato do deputado Paulo
Pereira da Silva (PDT-SP), o
Paulinho, provocou um conflito entre o corregedor da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), e o novo presidente
do Conselho de Ética, deputado
Sérgio Moraes (PTB-RS).
Inocêncio ingressou ontem
com representação contra Moraes por ele ter se recusado a
instaurar processo contra Paulinho na quarta-feira. Eles trocaram acusações e o presidente
da Câmara, Arlindo Chinaglia
(PT-SP), teve de intervir no bate-boca: "Pára. Eu não vou aceitar pressão", disse Chinaglia.
"Eu estou agindo com cautela e firmeza. Não vou trabalhar
no canetaço. Eu ainda nem estive no espaço físico do conselho, apenas disse que precisava
de até 15 dias para instaurar o
processo. Vocês querem de
uma forma afoita. Acho que o
Inocêncio se precipitou por ter
me criticado", afirmou Moraes.
Inocêncio disse que o regulamento do conselho determina
que processos disciplinares sejam instaurados imediatamente. Ele chegou a citar o "Aurélio" para mostrar o que significa "imediatamente". Chinaglia
disse que "Inocêncio tem razão
quando diz imediatamente.
Imediatamente não implica demora. Pode ser um ou dois dias,
desde que não haja a intenção
de empurrar com a barriga.
Vou discutir com a Mesa e espero que nesse período o conselho cumpra o seu papel".
O novo presidente do conselho recuou do prazo de até 15
dias e marcou reunião na próxima terça para definir o relator e
iniciar o processo de cassação.
A decisão de Moraes não significa que ele irá acelerar o processo contra o pedetista. O presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), irá orientar o colega de partido a prolongar a discussão porque avalia que Paulinho não deve ser cassado.
Jefferson deve ir no sábado à
casa de Moraes em Santa Cruz
do Sul (RS) para tratar do caso:
"Vou pedir a ele que trate essa
coisa com total cautela. Todo
mundo na vida pública tem
problema e não dá para Inocêncio passar a posar de xerife da
ética. O PTB o defendeu de acusações de que mantinha funcionários em regime de escravidão. Então vamos com calma".
Para ele, o conselho deveria
propor apenas uma advertência a Paulinho, deixando para o
Supremo Tribunal Federal a
decisão de puni-lo ou inocentá-lo: "O que estão fazendo com
ele é fascismo. Ele já apanhou.
Foi demolido. Aconselho que
Paulinho enfrente o processo e
abra o jogo, bote o dedo na ferida e, se cair, que caia de pé. Ele
não deve pensar agora em salvar o mandato, mas sua honra".
Paulinho disse que descarta a
renúncia. Ele reafirmou que é
vítima de uma armação e que
tem como comprovar isso.
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