DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Correios acabou não ouvindo os depoimentos dos três ex-diretores da estatal que foram convocados e passaram o dia inteiro aguardando o fim das discussões da comissão. Com isso, serão ouvidos dois ex-diretores hoje e o depoimento do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) foi transferido para a tarde.
A manobra foi denunciada pela oposição como tática para adiar o depoimento de Jefferson. Pelo ritmo registrado na CPI na última semana, será difícil votar requerimentos de quebra de sigilo e ouvir dois ex-diretores na parte da manhã. Além disso, haverá votação no plenário do Senado que pode, pelo regimento, barrar a realização do depoimento de Jefferson.
"Eu não tenho dúvida que é uma manobra do PT. Eles querem protelar ao máximo o depoimento de Jefferson", disse o senador César Borges (PFL-BA). Ele cobrou o compromisso público do presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS).
Ontem, a votação de uma proposta de emenda constitucional no Senado causou a interrupção da sessão da CPI. Essa mesma votação será retomada hoje.
Delcídio negou qualquer atitude protelatória. "Eu poderia, pela agenda do Senado, suspender tudo pelo regimento. Quero deixar claro o esforço que estamos fazendo para ouvir todos para evitar essas referências de que a idéia é procrastinar", disse o petista.
Hoje irão depor apenas os ex-diretores dos Correios Eduardo Medeiros (Tecnologia), ligado ao PT, e Antonio Osório (Administração), ligado ao PTB. Segundo Delcídio, farão exposições que irão subsidiar o interrogatório do deputado Roberto Jefferson, que apontou os dois setores como focos de corrupção. (LS e FK)


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