São Paulo, sábado, 30 de junho de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Trincheira

Enquanto os líderes do PMDB e do PT se desdobravam ontem na tentativa de recompor a maioria pró-Renan Calheiros no Conselho de Ética, Eduardo Suplicy tratava de garantir apoio à sua permanência no órgão, do qual a tropa de choque pretende retirar não apenas o irrequieto petista mas um pequeno grupo de senadores considerados pouco enquadrados.
Logo pela manhã, Suplicy trocou telefonemas com Augusto Botelho (PT-RR), Renato Casagrande (PSB-ES) e João Pedro (PT-AM) para deles obter o compromisso de que ninguém abrirá mão de sua vaga. Em seguida, deixou recado para Ideli Salvati (PT-SC), do esquadrão de Renan: "Nós quatro não temos nenhuma intenção de deixar o conselho. Não haverá renúncia".

Caladão. Demóstenes Torres (DEM-GO) e Casagrande tentaram em vão falar com o encrencado Leomar Quintanilha (TO). O presidente do conselho ligou para o tucano Marconi Perillo (GO). Não foi atendido. Em resumo: ninguém sabe o que o peemedebista fará na semana que vem.

Um a um. Casagrande consultou dois assessores jurídicos do Senado sobre a legalidade dos atos do conselho até aqui, questão para a qual Quintanilha pede resposta antes de indicar novo relator. Um afirma estar tudo ok no processo. Outro vê problema na entrada da PF no caso.

Sinal verde. O pessebista teve longa reunião com o governador Paulo Hartung (ES). Longe de qualquer tentativa de enquadramento, pelo fato de ser do PMDB, Hartung apoiou a linha de não prejulgar -nem para condenar nem para absolver- Renan.

Tema único. Com a Casa mergulhada em escândalos "pecuários", senadores como o petista João Pedro e o tucano Arthur Virgílio vão passar o fim de semana em Parintins para a famosa disputa dos bois Garantido e Caprichoso.

Seletivo. Gim Argello (PTB-DF), suplente de Joaquim Roriz (PMDB-DF), alimenta as denúncias contra o aliado. Ele próprio, porém, esteve perto dos negócios que podem custar o mandato a Roriz.

Sorry. Terminou o litígio, que corria em segredo de Justiça, entre o ministro do STF Joaquim Barbosa e o ex-integrante do tribunal Maurício Corrêa. Interpelado, Barbosa alegou ignorar o fato de que Corrêa atuava como advogado em sessão do Supremo na qual o ministro acusou o ex-colega de traficar influência. Ou seja, Barbosa recuou.

Veja bem. Na votação que derrubou a proposta de voto em lista, o líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), foi ao microfone para dizer que o Planalto não tinha posição nem recomendação a respeito. Depois, absteve-se. Passou a ser chamado de José "Muro" Monteiro.

Ranking. Pós-naufrágio do voto em lista, Michel Temer defende um sistema em que sejam eleitos os deputados mais votados, independentemente do quociente atingido por seus partidos. O presidente do PMDB diz que isso evitaria o fenômeno dos parlamentares que chegam à Câmara com votações irrisórias, mas ressalva que o pré-requisito para essa mudança seria aprovar a fidelidade partidária.

Aliança 1. Movimento PT e Articulação de Esquerda se uniram no Rio Grande do Sul e superaram o ex-Campo Majoritário na eleição de delegados estaduais para o Congresso do partido, perdendo só para o grupo do ministro Tarso Genro (Justiça). As correntes tentam agora estender o acordo para o âmbito nacional.

Aliança 2. A união das duas tendências internas petistas também visa emplacar o nome da deputada Maria do Rosário como candidata à Prefeitura de Porto Alegre nas eleições do ano que vem. Seu adversário será o ex-ministro Miguel Rossetto, que está aliado ao grupo de Tarso.

Tiroteio

"Jarbas realmente acabou de chegar ao Senado, mas por meio do voto dos pernambucanos. Diferentemente de Wellington Salgado, suplente que não teve nem sequer um voto". Do advogado LUIZ EDUARDO CARDIA, presidente do Conselho de Ética do PSDB paulistano, em resposta ao parlamentar que criticou Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) por ter afirmado que o Senado "está fedendo".

Contraponto

A outra

Xico Graziano, secretário paulista do Meio Ambiente, falou nesta semana à Comissão de Finanças da Assembléia Legislativa. Respondia uma série de questões a respeito de sua área e a dada altura comentou:
-Quero destacar o excelente trabalho da Dilma!
-Mas por que a Dilma, se ela às vezes até se desentende com o pessoal do meio ambiente?-, perguntou o deputado estadual petista Adriano Diogo, intrigado com o elogio do tucano à ministra da Casa Civil de Lula.
-Desculpe, deputado, mas eu estou falando da outra Dilma-, disse Graziano, esclarecendo se tratar de Dilma Pena, secretária de Saneamento e Energia de São Paulo.


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