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São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2003

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Em manifesto, petistas atacam reforma de Lula

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

Os deputados da ala radical do PT, intelectuais ligados ao partido e dirigentes de entidades do funcionalismo público divulgaram ontem um manifesto contra a condução da reforma agrária pelo governo federal, a política econômica e a reforma da Previdência.
O texto pede a demissão do ministro Roberto Rodrigues (Agricultura), "representante do latifúndio no governo", redução da jornada de trabalho sem diminuição dos salário para combater o desemprego, a suspensão do pagamento da dívida externa e a retirada da reforma da Previdência do Congresso.
A assessoria do ministro Roberto Rodrigues disse que não comentaria o caso pois ele não foi informado do manifesto. O ministro está em viagem ao Canadá.
Assinam o "manifesto aos petistas e lutadores sociais, por medidas de urgência contra a fome, para garantir salário, emprego e terra" os deputados federais Babá (PA), Luciana Genro (RS) e João Fontes (SE). Entre os intelectuais petistas estão o economista Plínio de Arruda Sampaio, o professor de Filosofia da Unicamp Roberto Romano, o economista da UFRJ Reinaldo Gonçalves e o professor de sociologia da Unicamp Ricardo Antunes.
"O ministro da Agricultura, representante do latifúndio no governo, incentiva a defesa armada das propriedades rurais. Enquanto isso José Rainha, líder do MST, é preso, acusado de porte ilegal de arma e formação de quadrilha", diz o documento.
Além da redução da jornada de trabalho, o grupo defende o não-pagamento da dívida externa e o consequente direcionamento dos recursos para a construção de casas populares, hospitais e escolas para combater o desemprego.
Segundo os organizadores, mais de 1.200 pessoas assinaram o documento. "O governo teve uma atitude covarde. Sempre pregou que ia governar para todos, isso é uma utopia impossível e reacionária. Não dá para conciliar os interesses de todos em um governo. Governar é contrariar interesses. O governo escolheu contrariar os interesses dos mais fracos", disse Luciana Genro. (FK)


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