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CRISE MUNICIPAL
Prefeitos vão protestar contra queda nos repasses de verbas
Mais de 500 prefeituras de
SP devem parar terça-feira
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Mais de 500 prefeituras das 645
do Estado de São Paulo deverão
decretar ponto facultativo e paralisar suas atividades na próxima
terça-feira, em protesto contra a
queda nos repasses do Fundo de
Participação dos Municípios e na
arrecadação do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços. Apenas os serviços de saúde, coleta de lixo e abastecimento
de água serão mantidos.
Representantes de 579 (90% do
total) prefeituras paulistas, organizadas em 16 associações regionais de municípios, se reuniram
anteontem no município de Fernão (408 km a noroeste de São
Paulo) para discutir a queda nas
receitas. No encontro, foi aprovada uma manifestação pública de
prefeitos, no mesmo dia da paralisação, na Assembléia Legislativa.
Os prefeitos afirmam que houve
uma queda de receitas de 19,6%,
em média, no primeiro semestre
deste ano em comparação com o
mesmo período de 2002. Eles estão preocupados com a Lei de
Responsabilidade Fiscal.
"A Lei de Responsabilidade Fiscal é uma espada sobre a cabeça
do prefeito", disse Oscar Gozzi
(PFL), prefeito de Tarumã (SP).
Ele presidiu a reunião das associações de municípios, anteontem.
A queda nos repasses do FPM
atinge principalmente os municípios pequenos, que não têm fontes de arrecadação próprias como
IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) ou ISS (Imposto sobre Serviços), nem atividade que
aumente a participação no ICMS.
Segundo dados levantados pelas associações de prefeitos, o
FPM é a principal fonte de receita
de 80% das prefeituras do Estado.
A queda nos repasses deve ficar
em 45% nos meses de junho e julho em relação a maio, segundo a
Secretaria do Tesouro Nacional.
De acordo com a Secretaria da
Fazenda de São Paulo, a arrecadação do ICMS teve uma queda de
13% nos primeiros seis meses do
ano em relação a igual período de
2002. A retração da economia é o
principal causa dessa queda.
"Além de reduzir a arrecadação,
a recessão faz com que pessoas da
classe C passem a procurar os serviços públicos como creches, postos de saúde", afirma o prefeito de
Vera Cruz (SP), Antônio Devito
(PSDB).
O secretário-executivo da Associação Paulista de Municípios,
Marcos Monti, disse que a entidade reconhece que o momento é
propício para a mobilização em
razão das discussões sobre a reforma tributária, mas não indica a
paralisação. "Fica a cargo de cada
prefeitura decretar o ponto facultativo", diz.
Paraná
Cerca de 65% das prefeituras do
Paraná aderiram ontem ao protesto que paralisou por 24 horas a
maioria dos serviços públicos dos
municípios. Das 399 prefeituras
do Estado, 256 confirmaram participação no protesto.
Colaborou DIMITRI DO VALLE, da Agência Folha, em Curitiba
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