São Paulo, sexta-feira, 30 de julho de 2004

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ELEIÇÕES 2004/CAMPANHA

Após arquivamento de inquérito naquele país, Procuradoria se baseia em relatório de advogado da Prefeitura de SP para pedir indiciamento

Suíça agora quer indiciar Maluf por lavagem

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
Em campanha na zona leste de SP, Paulo Maluf (PP) faz pausa para passar protetor solar no rosto


DA REPORTAGEM LOCAL

A Procuradoria Geral da Suíça pediu ontem o indiciamento do ex-prefeito Paulo Maluf (PP) por suposto crime de lavagem de dinheiro. O pedido será analisado por um juiz criminal suíço, que tem até um mês para se manifestar sobre a denúncia.
Por meio de sua assessoria, Maluf afirmou ontem que o pedido "não tem base jurídica" e que o inquérito criminal aberto contra ele na Suíça foi arquivado por "completa falta de provas ou evidências" (leia texto nesta pág).
De acordo com a informação divulgada ontem pelo "Jornal Nacional" da TV Globo, o procurador-geral da Suíça, Claude Mascotto, que formulou o pedido, pediu o desarquivamento e o indiciamento de Maluf por suposto crime de lavagem de dinheiro.
Segundo Mascotto, milhões de dólares foram transferidos de forma ilegal para contas do Citibank de Genebra e para a União dos Bancos Suíços, em Zurique.
No mês passado, o inquérito foi arquivado pela Justiça suíça, que alegou falta de informação por parte de autoridades brasileiras e do próprio Ministério Público suíço. O advogado Christian Grobet, contratado pela Prefeitura de São Paulo na Suíça, recorreu e apresentou relatório pedindo o desarquivamento do caso.
Foi com base nesse relatório de Grobet que Mascotto defendeu a existência de indícios de suposta lavagem de dinheiro. O procurador-geral pediu ainda novos extratos bancários para identificar a origem e os beneficiários das contas e sugeriu a manutenção dos bloqueios depositados no país.
O procurador informou que US$ 5 milhões atribuídos à família Maluf estão bloqueados em bancos de Zurique -na ilha de Jersey, autoridades do paraíso fiscal informaram que o ex-prefeito tem bloqueados outros US$ 200 milhões.
O procurador-geral quer que Maluf seja ouvido em depoimento pela Justiça Suíça. O pedido, protocolado no Tribunal Criminal de Genebra, é endereçado ao juiz de instrução Claude Wenger, o mesmo que determinou a quebra do sigilo bancário da família Maluf na Suíça.

Brasil
No Brasil, o ex-prefeito é investigado no Ministério Público Estadual, pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal por suposto crime de lavagem de dinheiro e por improbidade administrativa (má gestão pública).
Eventuais ações cível e criminal deverão ser propostas até agosto. Maluf e seus familiares serão chamados para depor na PF.


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