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PRIMEIRO EMPREGO
TCU barra novos convênios do programa federal
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Auditoria aprovada anteontem
por unanimidade no TCU (Tribunal de Contas da União) impede,
com ameaça de multa, que o Ministério do Trabalho firme novos
convênios do Primeiro Emprego
até que a pasta crie um conselho
consultivo para o programa
-lançado em outubro de 2003
como uma das prioridades do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
"A auditoria detectou falhas
formais no Programa Primeiro
Emprego. A principal é que a lei
que criou o programa determina
a criação de um conselho consultivo para definir suas políticas, o
que não ocorreu. É preciso criar o
conselho antes que se firme novos
convênios", afirmou ontem o
procurador-geral do Ministério
Público no TCU, Lucas Furtado.
Os convênios em vigor não serão
afetados, segundo Furtado.
Caso o ministério não cumpra
tal determinação (que, na prática,
funciona como uma recomendação), o TCU poderá aplicar uma
multa de R$ 25 mil à pasta para
cada convênio firmado, além de
solicitar a anulação do contrato e
a restituição da verba investida. O
conselho consultivo será formado
por integrantes do ministério.
Ontem, a assessoria do Trabalho informou que um decreto que
cria o conselho já está pronto e será encaminhado à Casa Civil para
publicação no "Diário Oficial" da
União. Em nota, a pasta afirmou
que a "essência" do texto da auditoria "coincide" com pontos tratados em sindicância interna.
A lei 10.748, que criou o Primeiro Emprego, afirma que o PNPE
(Programa Nacional de Estímulo
ao Primeiro Emprego) será
"coordenado, executado e supervisionado pelo Ministério do Trabalho e Emprego [...] e contará
com um conselho consultivo, ao
qual caberá propor diretrizes e
critérios para a sua implementação, bem como acompanhar sua
execução".
O relatório do TCU, assinado
pelo ministro Guilherme Palmeira, isenta o governo federal de
desvios, fraudes e superfaturamentos nos convênios firmados
com ONGs para o programa, mas
aponta problemas "formais", segundo Lucas Furtado.
Um dos problemas apontados
pelo TCU foi o pagamento à vista,
em uma única parcela, de cerca de
R$ 7,5 milhões à ONG Ágora, de
propriedade do empresário Mauro Dutra, amigo pessoal do presidente Lula.
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