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SOMBRA NO PLANALTO
Multinacional, que está envolvida no caso Waldomiro Diniz, tem contrato com a Caixa sob suspeita
Xerife do mercado dos EUA investiga GTech
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A multinacional GTech, uma
das empresas investigadas pela
Polícia Federal e pelo Ministério
Público no caso Waldomiro Diniz, tem suas operações no Brasil
sob investigação formal da SEC
(Securities and Exchange Commission), o órgão regulador do
mercado financeiro norte-americano. Ex-dirigentes da empresa
estão sob suspeita de corrupção.
A SEC investiga as condições do
contrato assinado com a Caixa
Econômica Federal e que garantiu
à multinacional o controle das loterias no país desde 1997. A empresa é responsável pelo processamento de dados das 9.000 lojas
lotéricas do país. O contrato, renovado em abril do ano passado,
rende cerca de R$ 25 milhões por
mês à multinacional e deverá ser
renovado parcialmente, antecipou à Folha o presidente da estatal, Jorge Mattoso.
O contrato termina oficialmente em maio de 2005. Segundo a
Caixa, será impossível concluir a
licitação para substituir a GTech
nos próximos dez meses.
Mas a licitação para a prestação
de serviços de processamento e
transmissão de dados continua
suspensa pela Justiça, à espera de
uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça). A liminar foi
concedida em 2000 a pedido da
GTech. O objetivo da ação era evitar a divisão dos serviços por várias empresas e garantir o monopólio da multinacional.
Os dirigentes da empresa na
época da negociação do contrato
com a Caixa, Antonio Carlos Lino
Rocha e Marcelo Rovai, também
respondem a uma ação civil pública por improbidade administrativa apresentada em abril pela
procuradora federal Raquel Branquinho. A ação bloqueou parte do
faturamento da empresa com a
Caixa. Cerca de 10% do faturamento mundial da GTech está
concentrado no Brasil. Durante as
investigações da Polícia Federal e
do Ministério Público sobre o caso Waldomiro Diniz -ex-assessor do ministro José Dirceu (Casa
Civil), acusado tráfico de influência-, os dirigentes da GTech negaram terem pago propina com a
intenção de renovar o contrato
com a Caixa por mais 25 meses.
A GTech do Brasil divulgou nota classificando de "rotineira" a
investigação aberta nos EUA pela
SEC.
(MARTA SALOMON)
Com agências internacionais
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