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ESPIONAGEM
Policiais fazem busca na casa da mãe de Verdial
PF já possuía um mandado de prisão contra espião português havia 1 mês
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça Federal informou, por
meio de certidão expedida a pedido dos advogados do português
Tiago Verdial, suspeito de participar de espionagem patrocinada
pela Brasil Telecom, que desde 24
de junho último a Polícia Federal
tinha poderes para cumprir o
mandado de prisão temporária
contra ele e um inglês também ligado à Kroll conhecido como Bill.
O documento informa ainda,
pela primeira vez, o nome completo que estaria sendo utilizado
por Bill: William Peter Goodall.
O mandado de prisão, assinado
pelo juiz substituto da 5ª Vara Federal Criminal, Hélio Egydio Matos Nogueira, foi cumprido, em
relação a Verdial, no último sábado, um mês após a expedição.
A certidão, emitida anteontem
pelo juiz da 5ª Vara Luiz Renato
Pacheco Oliveira, autorizou a PF a
prender Verdial e "o estrangeiro
alcunhado de "Bill", que, segundo
informações, utiliza-se da alcunha de "William Peter Goodall'".
Por lei, a PF pode ficar com um
mandado de prisão e cumpri-lo
apenas quando achar necessário.
O advogado de Verdial, Roberto
Soares Garcia, voltou a afirmar
ontem que não tem do acesso aos
autos nos quais seu cliente teve a
prisão decretada. "Não sei o fundamento da decisão e os motivos
da prisão", disse Garcia, que deve
voltar hoje à secretaria da 5ª Vara
para tentar acesso ao processo.
A PF cumpriu ontem mandados de busca e apreensão em São
Paulo e no Rio. Isso é parte da investigação sobre a espionagem da
Kroll contra, inclusive, autoridades do governo, revelada pela Folha no último dia 22. Em São Paulo, o alvo foi a casa de Anne Marie
Verdial, mãe de Verdial. No Rio,
até o fechamento desta edição,
não havia informação sobre o endereço de execução do mandado.
No mesmo dia da prisão de Verdial, a PF já havia apreendido documentos e equipamentos em diferentes endereços no Rio, entre
os quais a casa do português e o
escritório no qual ele trabalhava.
Anne Marie visitou o filho na
Superintendência da PF em Brasília nesta semana. A expectativa
era que, após isso, ele passasse a
colaborar. Ocorreu o oposto. Nos
seus dois primeiros depoimentos,
Verdial mostrava-se disposto a
ajudar. Porém, desde a visita da
mãe, conforme a Folha apurou, o
diálogo com ele tornou-se inócuo.
Monitorados, diálogos e e-mails
do português revelam, segundo a
PF, fortes indícios de que ele corrompeu servidores em troca de
informações privilegiadas, violou
sigilos protegidos pela Constituição e explorou sua relação com
autoridades para obter dados reservados.
(RUBENS VALENTE)
Colaborou a Sucursal de Brasília
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