São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2008

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Entidades espalham faixas em favelas do Rio e negam favorecer políticos locais

DA SUCURSAL DO RIO

Doze associações de moradores estenderam faixas por todas as favelas do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, para "abrir" as portas para candidatos a vereador e a prefeito da cidade.
A investigação instaurada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio para apurar possível "curral eleitoral" no conjunto de favelas irritou os presidentes das associações. Eles afirmam que os moradores do Alemão estão sendo vítimas de preconceito.
"A idéia [das faixas] é mostrar que o complexo é democrático, diferente do que está sendo divulgado. Acho que isso tudo é perseguição a pessoas faveladas", afirmou o presidente da entidade da Grota, Wagner Nicácio.
As faixas diziam "Candidatos a vereador e prefeito, sejam bem-vindos" e "No Complexo do Alemão não tem ditadura, e sim democracia".
O TRE investiga se traficantes estão ameaçando moradores a fim de beneficiar a reeleição do vereador Jorginho da SOS (DEM). Ele não foi localizado para comentar as investigações. Jorginho obteve, nas eleições de 2004, 16,5% dos votos da 21ª zona eleitoral, onde vota boa parte dos moradores do Complexo do Alemão -o que representa 25,1% dos votos que ele recebeu em toda a cidade.
O Complexo do Alemão é vizinho ao Complexo da Penha, onde repórteres foram ameaçados enquanto faziam a cobertura da campanha do senador Marcelo Crivella (PRB) na favela Vila Cruzeiro.
O presidente da Associação da Comunidade da Merendiba (uma das favelas da Penha), Luiz Carlos dos Santos, o Claudinho da Merendiba, (PSDC) é candidato pela aliança do senador. Ele disse que duas associações "fecharam" com ele: além da Merendiba, a do Morro da Fé. "Mas qualquer candidato pode visitar as comunidades", afirmou. (ITALO NOGUEIRA)


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