São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2008

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BNDES diz não haver fraude em financiamentos citados pela PF

Desvio de verba do banco é apurado; processo não muda, afirma procuradora

DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) afirmou que a auditoria interna realizada no banco não encontrou indício de irregularidade nos financiamentos para a Prefeitura de Praia Grande, no litoral paulista, e para a rede de lojas Marisa.
Esses foram os dois empréstimos mencionados na Operação Santa Tereza, deflagrada pela Polícia Federal em abril deste ano, que investiga o desvio de recursos do banco de fomento por uma organização criminosa. Segundo a PF, os empréstimos eram obtidos por meio de influência política.
A auditoria do BNDES consistiu em uma revisão de todos os documentos referentes a operações contratadas nos últimos cinco anos com a prefeitura e a rede de varejo. Os pedidos de financiamento no BNDES começam com uma carta-consulta, que funciona como uma consulta prévia. O processo dura meses e o pedido passa por mais de 30 funcionários e diferentes órgãos colegiados.
Na prática, o dinheiro do banco que deveria ser usado para obras de saneamento ou para expansão da rede de lojas, por exemplo, era desviado para outros fins. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, dois empréstimos resultaram em pagamentos indevidos a um grupo que incluía João Pedro de Moura, ex-assessor do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). Paulinho admitiu conhecer Moura, mas negou participação em fraude.
A procuradora da República Adriana Scordamaglia afirma que o resultado da auditoria não interfere no processo. "O objeto da denúncia era o desvio das verbas financiadas pelo BNDES. O banco entregava o dinheiro para a prefeitura e havia divisão ilícita de recursos."
O representante da Força Sindical no Conselho de Administração do banco na época, Ricardo Tosto, chegou a ser preso pela PF, e foi liberado dois dias depois. O Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de inquérito contra Paulinho, e o Conselho de Ética da Câmara abriu processo por quebra de decoro contra ele.


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