São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2000 |
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ADMINISTRAÇÃO Palácio do Planalto vem renovando contratos de cessão de carros com montadoras desde junho de 1995 FHC renovou empréstimo de montadoras
ALEXANDRE OLTRAMARI DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Os contratos de empréstimo de carros por montadoras, que o governo afirma ter herdado de administrações passadas, já foram renovados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. O Palácio do Planalto se recusou ontem a informar quantas vezes isso ocorreu, mas as renovações acontecem desde 1995. O porta-voz Georges Lamazière e o ministro Pimenta da Veiga (Comunicações) culparam anteontem os governos de Fernando Collor de Mello e Itamar Franco pelo contrato de comodato (empréstimo) que permite a FHC, ministros e funcionários do Planalto usar carros emprestados. Pimenta da Veiga disse que o presidente não pode ser responsabilizado por contratos anteriores a seu mandato: "Trata-se de situação preexistente, que não foi decidida neste governo", afirmou. Assim que assumiu o cargo, em janeiro de 95, FHC anunciou a suspensão dos contratos de comodato com montadoras de automóveis. Em junho do mesmo ano, contudo, ele renovou pela primeira vez os contratos de empréstimos de carros à Presidência. Anteontem, a Folha informou que a Presidência vem descumprindo o Código de Conduta da Alta Administração Federal, conjunto de medidas instituído por FHC na semana passada, ao usar 28 veículos emprestados por três das maiores montadoras do país-GM, Volkswagen e Fiat. Segundo o artigo 7º do Código de Conduta da Alta Administração Federal, a autoridade pública "não poderá receber transporte, hospedagem ou quaisquer favores de particulares de forma a permitir situação que possa gerar dúvida sobre sua probidade ou honorabilidade". Os carros emprestados por montadoras à Presidência são usados por FHC, ministros e altos funcionários do Palácio do Planalto. O governo afirma que o empréstimo não contraria o código de ética, mas criou um grupo de trabalho para estudar alternativas para os contratos de comodato. O governo quer comprar carros para uso da Presidência. O argumento do governo é de que os empréstimos são feitos pelas empresas à Presidência da República, e não ao presidente ou aos ministros. O governo argumenta ainda que os contratos são publicados no "Diário Oficial". Mesmo que descumpram o código de ética, nem FHC nem o vice-presidente Marco Maciel podem ser punidos. De acordo com o texto do código, as normas são aplicadas a ministros de Estado, secretários, presidentes e diretores de agências nacionais, autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista. Texto Anterior: Orçamento: Salário mínimo pode ter aumento de 5,57% em 2001 Próximo Texto: Novo código não se aplica a FHC, afirma Planalto Índice |
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