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Maluf cita Luther King
ao justificar promessa
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo, Paulo Maluf, recorreu ontem ao líder negro pacifista Martin Luther King para explicar o motivo de não ter cumprido em 1992 sua promessa de
municipalização da segurança
pública.
""Continuo parodiando Martin
Luther King. I have a dream. Eu
tenho um sonho. Enquanto ele
não for concretizado, vou continuar lutando por ele", declarou o
ex-prefeito, após palestra a cerca
de 35 empresários do setor de
transporte de carga.
Pastor batista norte-americano,
King (1929-1968) comandou manifestações contra a segregação
racial nos Estados Unidos. Foi o
líder da Marcha sobre Washington, que reuniu 250 mil pessoas
pela igualdade racial em 1963.
A frase citada por Maluf marcou
o início do discurso feito na marcha em que o pastor descreve uma
sociedade em que brancos e negros viveriam em harmonia.
A promessa de ""lutar pela ampliação" da ação da Guarda Civil
Metropolitana (GCM) estava no
programa do pepebista em 92.
Apesar disso, levantamento realizado pela Folha indicou que nenhuma proposta de emenda
constitucional para alterar a função da GCM foi apresentada pelo
partido do ex-prefeito ou por seus
aliados durante o período em que
ele esteve no cargo (93-96).
""Sou um pregador e posso pregar. Acho que estou pregando o
que a população deseja", justificou o candidato, ao ser questionado sobre a legitimidade de uma
promessa cuja realização não depende do prefeito.
O artigo 144 da Constituição diz
que o policiamento ostensivo e a
preservação da ordem são atribuições exclusivas da Polícia Militar, vinculada ao governo estadual. ""A Constituição não diz isso", chegou a declarar o candidato pepebista.
Como vem fazendo desde que
as pesquisas indicaram o crescimento da candidatura de Geraldo
Alckmin (PSDB), Maluf não perdeu a oportunidade de atacar o
tucano, declarando que ele estaria
""envergonhado" de ser o vice-governador de Mário Covas.
(PATRICIA ZORZAN)
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