São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2000


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Maluf cita Luther King ao justificar promessa

DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo, Paulo Maluf, recorreu ontem ao líder negro pacifista Martin Luther King para explicar o motivo de não ter cumprido em 1992 sua promessa de municipalização da segurança pública.
""Continuo parodiando Martin Luther King. I have a dream. Eu tenho um sonho. Enquanto ele não for concretizado, vou continuar lutando por ele", declarou o ex-prefeito, após palestra a cerca de 35 empresários do setor de transporte de carga.
Pastor batista norte-americano, King (1929-1968) comandou manifestações contra a segregação racial nos Estados Unidos. Foi o líder da Marcha sobre Washington, que reuniu 250 mil pessoas pela igualdade racial em 1963.
A frase citada por Maluf marcou o início do discurso feito na marcha em que o pastor descreve uma sociedade em que brancos e negros viveriam em harmonia.
A promessa de ""lutar pela ampliação" da ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) estava no programa do pepebista em 92.
Apesar disso, levantamento realizado pela Folha indicou que nenhuma proposta de emenda constitucional para alterar a função da GCM foi apresentada pelo partido do ex-prefeito ou por seus aliados durante o período em que ele esteve no cargo (93-96).
""Sou um pregador e posso pregar. Acho que estou pregando o que a população deseja", justificou o candidato, ao ser questionado sobre a legitimidade de uma promessa cuja realização não depende do prefeito.
O artigo 144 da Constituição diz que o policiamento ostensivo e a preservação da ordem são atribuições exclusivas da Polícia Militar, vinculada ao governo estadual. ""A Constituição não diz isso", chegou a declarar o candidato pepebista.
Como vem fazendo desde que as pesquisas indicaram o crescimento da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), Maluf não perdeu a oportunidade de atacar o tucano, declarando que ele estaria ""envergonhado" de ser o vice-governador de Mário Covas.
(PATRICIA ZORZAN)



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