|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
REFORMA
Mudança no PIS/Pasep é acompanhada de reestruturação na compensação de tributos e de incentivo a contribuinte em dia
Governo anuncia pacote tributário por MP
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo anuncia hoje o que
deve ser o último pacote tributário do governo Fernando Henrique Cardoso. Além das mudanças
na cobrança do PIS/Pasep, com o
objetivo de desonerar a cadeia
produtiva, haverá uma reestruturação da compensação de tributos e incentivos para os contribuintes que pagam em dia.
As medidas foram acertadas
ontem entre FHC e a área econômica. A medida provisória com o
pacote tributário, que deverá ter
de 50 a 60 artigos, também prorroga em 9% a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que cairia para 8% em
2003. A MP deve ser publicada no
"Diário Oficial" da União de hoje.
As mudanças terão de ser aprovadas pelo Congresso Nacional.
Em conversas com congressistas,
FHC já antecipou as mudanças
que pretende fazer e pediu apoio.
No caso das mudanças na forma
de cobrança do PIS/Pasep, há o
apoio também da oposição.
O ministro Pedro Parente (Casa
Civil) confirmou que FHC ia assinar ainda ontem à noite a medida
provisória, mas não adiantou o
teor do documento. O texto final
estava sendo fechado pela equipe
do Ministério da Fazenda, coordenada pelo secretário da Receita
Federal, Everardo Maciel. No início da noite, a informação foi confirmada pelo porta-voz da Presidência, Alexandre Parola.
Parente confirmou que a nova
alíquota do PIS/Pasep será elevada, mas ele não informou para
quanto iria. O aumento da alíquota será feito para compensar a
perda de arrecadação com a mudança na forma de cobrança do
tributo. O governo espera arrecadar R$ 13,5 bilhões com o PIS/Pasep em 2003, contra R$ 12,2 bilhões neste ano.
Pelo projeto de lei em tramitação no Congresso, que serviu de
base para a mudança que o governo vai fazer, a alíquota do PIS/Pasep subiria de 0,65% para 1,65%.
O presidente da Câmara, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), queria votar o projeto nesta semana,
mas não houve quórum.
Por isso, FHC decidiu editar a
MP no lugar do projeto de lei.
Apelidada de "minirreforma tributária", a mudança no PIS/Pasep vai retirar a incidência da contribuição sobre as diferentes etapas da cadeia produtiva, deixando a cobrança somente para o final da cadeia.
O objetivo maior da MP é desonerar as exportações para que os
produtos brasileiros se tornem
mais competitivos no exterior. A
equipe econômica, no entanto,
ainda não calculou o impacto da
mudança na cobrança do PIS/Pasep sobre o nível da atividade econômica nem sobre a arrecadação
de tributos.
"Novo Refis"
Parente não quis dizer quando
sairia a MP que deverá instituir o
parcelamento de dívidas tributárias de empresas pelo prazo de
dez a 20 anos. A Folha apurou,
porém, que não devem ser concedidas novas reduções de multas
para quem parcelar dívidas.
Segundo ele, a edição da MP,
apelidada de "novo Refis" (programa de refinanciamento de tributos), só deve sair depois de resolvida a questão da MP 38, medida que prevê o parcelamento de
dívidas só de Estados e municípios. "Sobre o Refis, o prazo não
está esgotado. Não há necessidade de uma decisão definitiva neste
momento", disse Parola à noite.
A MP 38 está trancando a pauta
da Câmara porque não foi votada
nesta semana. Segundo o presidente do Sebrae, Sérgio Moreira,
FHC teria dito que a MP do "novo
Refis" seguiria formato da MP 38
e abrangendo empresas privadas.
Texto Anterior: Estiagem: Governo libera R$ 10 mi para 6 Estados atingidos pela seca Próximo Texto: Sudam: Força-tarefa tem acesso a 47 contas para rastrear desvios do Maranhão Índice
|