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PARANÁ
Depois da segurança, agora é a alimentação que leva Dias e Requião, que encabeçam pesquisas, a travar disputa na TV
Promessa de leite acirra debate entre líderes
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Depois dos tiroteios verbais sobre a questão da segurança, agora
é a vez da "guerra do leite" no horário eleitoral gratuito, protagonizada por Alvaro Dias (PDT) e Roberto Requião (PMDB), os candidatos ao governo do Paraná que
encabeçam as pesquisas locais.
A marcação cerrada entre os
candidatos ocorre devido à polarização da disputa. Segundo o
Ibope divulgado anteontem, Alvaro está na frente com 32%, seguido por Requião com 27%.
A "guerra do leite" surgiu com
promessas para suplementar a
alimentação das crianças carentes. A tática de ambos é não deixar
que um programa do adversário
"pegue" entre os eleitores.
Depois de Requião aparecer no
horário eleitoral prometendo um
litro de leite diário para crianças
carentes de oito meses a quatro
anos, Alvaro promete entregar
dois quilos de leite em pó para os
estudantes da rede pública.
A "guerra do leite" não é a primeira batalha entre os dois ex-aliados no palanque eletrônico.
Na semana passada, Requião tratou de minar um comercial de 30
segundos do adversário, em que o
pedetista afirmava que no seu governo, "a polícia atira primeiro".
Depois de usar os candidatos a
deputado federal do PMDB para
condenar a proposta de Alvaro,
Requião apareceu no horário eleitoral dizendo que sua prioridade
será combater a corrupção policial. "Vou pessoalmente fazer a
limpeza das polícias do Paraná",
disse. Segundo ele, a nomeação
do secretário da Segurança seria
apenas o segundo passo.
Acusações de envolvimento de
policiais do Paraná com o narcotráfico, feitas pela CPI da Câmara
dos Deputados, derrubaram a cúpula da Segurança Pública no governo Jaime Lerner (PFL).
Alvaro reagiu mantendo sua
promessa e foi atrás do apoio das
entidades que representam os policiais no Estado. Segundo ele, sua
proposta reflete o pensamento
"dos que entendem que a polícia
deve tomar a frente e disparar, se
necessário", enquanto que a do
adversário estaria relegada "aos
que acham que a polícia deve ser
frágil e que seus homens morram
no confronto com bandidos".
O coordenador do programa de
governo de Requião, o economista José Moraes Neto, ironizou ontem o que chamou de "cola" de
Alvaro, na briga por quem promete mais leite. "Não é a primeira
vez que um projeto de Requião é
copiado. Eles poderiam pelo menos fazer uma cópia inteligente."
Na proposta de Requião, uma
população de 210 mil crianças entre oito meses e quatro anos receberia um litro de leite por dia.
"É um programa emergencial,
para atingir crianças na linha de
pobreza, que não recebem benefícios oficiais, já que estão fora das
creches e das escolas", afirma. Na
proposta do PMDB, o desembolso anual seria de R$ 37,8 milhões.
A proposta de Alvaro abrange
crianças de 6 a 14 anos da rede pública de ensino. Os beneficiados
seriam cerca de 1,7 milhão.
Segundo Pedro Chagas Neto,
coordenador de comunicação de
Alvaro, o custo anual seria de R$
76 milhões. Chagas Neto negou
que a idéia tenha sido copiada. "A
distribuição faz parte do programa de Alvaro, e ele já usou proposta igual quando governador."
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