|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Após derrubar adversário,
Dirceu deve deixar chapa
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Vitorioso na queda-de-braço
com o presidente nacional do PT,
Tarso Genro, o ex-chefe da Casa
Civil José Dirceu deverá ser o próximo a deixar a chapa do Campo
Majoritário. Ontem, confirmando um acordo antecipado pela
Folha, a corrente convocou uma
reunião para redesenhar sua chapa para a disputa do dia 18 de setembro. A expectativa é que, até
lá, Dirceu abra mão de concorrer
espontaneamente. Do contrário,
sua permanência poderá ser submetida a votação.
Pelo acerto negociado na semana passada, Dirceu deixaria a chapa logo depois que Tarso desistisse da candidatura à presidência
do PT. Ainda assim, o ex-ministro
avalia uma saída intermediária: ficar na chapa, mas, se eleito, passar
a cadeira no Diretório Nacional
para seu suplente.
Essa, porém, é a última tentativa
do ministro que, nas conversas de
fim-de-semana, admitia ser melhor deixar a chapa. Desde a semana passada, Dirceu está sob
forte pressão.
Ontem, após saber da desistência de Tarso, Dirceu disse a um
aliado que, agora, "as chances de
vitória do Campo Majoritário
melhoram". Procurada, a assessoria do deputado disse que ele
não ira comentar.
Berzoini também fez um apelo
para que Dirceu desista. "Acho
que contribuiria muito para o
processo se, voluntariamente, retirasse o nome, porque daria
maior tranqüilidade para os
membros da chapa na campanha
e evitaria o uso indevido de argumentos nesse processo."
Segundo Berzoini, "agregaria
simpatia, por parte de militantes
do PT, Dirceu mostrar que, num
momento difícil para vida partidária, abre mão de algo para poder não criar nenhum tipo de falso debate no processo eleitoral".
Concessões
A sutileza nas críticas à política
econômica e na avaliação da idéia
de reeleição do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva não foram as
únicas concessões de Berzoini.
Para viabilizar sua candidatura,
ele concordou com a exigência de
neutralidade na disputa pela presidência do PT nos Estados e municípios.
A pedido do grupo da ex-prefeita Marta Suplicy, também aceitou
não interferir na disputa entre ela
e o líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante (SP), os dois
pré-candidatos ao governo de São
Paulo em 2006.
Além de Lula, Berzoini recebeu
aval do próprio Dirceu, com
quem conversou no fim de semana, e espera para hoje a manifestação de apoio do atual presidente,
Tarso Genro. Entre os consultados, Mercadante foi quem mais
reagiu. Mas acabou cedendo.
Em meio à crise petista, Berzoini reconheceu que esse é um momento difícil para o partido. Disse
ter afinidade com Tarso em 90%
do que diz. E, numa demonstração de que se preparou para a
campanha, listou como benesses
do governo Lula a liberação de recursos para reforma agrária e habitação. Concluiu: "Respeito as
declarações que ele [Tarso] deu,
mas o acredito que existam motivos de sobra para votar no presidente Lula e no PT".
A menos de três semanas para a
eleição, Berzoini disse ter diferenças de foco com a equipe econômica, não de fundo.
Texto Anterior: Saiba mais: Ex-ministro criou contribuição do servidor inativo Próximo Texto: Tranqüilidade Índice
|