São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2006

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Alckmin põe escândalos do governo Lula na TV

MICHELE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO

Pressionado por aliados e pelas pesquisas, Geraldo Alckmin mudou ontem o estilo do seu programa na TV, abandonou a apresentação da sua biografia e colocou no horário eleitoral os principais escândalos que atingiram o governo Lula e o PT.
Até então tratados de forma sutil pelo tucano, o caso Waldomiro Diniz, a denúncia da Procuradoria Geral da República contra a "quadrilha" do mensalão, o "dólar na cueca" e a máfia dos sanguessugas estrearam ontem na terceira semana de propaganda política.
Alckmin, que, seguindo a orientação do jornalista Luiz Gonzalez, vinha subindo de tom gradualmente, estava recebendo críticas de aliados, principalmente pefelistas. Ontem, no entanto, após o programa da noite, Gonzalez recebeu telefonemas elogiosos de políticos, incluindo o do presidente do PFL, Jorge Bornhausen.
As referências aos recentes casos de corrupção não foram feitas pelo ex-governador, mas por um apresentador ao fim do programa. Em seu discurso, o candidato se mostrou mais direto, acusando o governo de "gastar errado e mal".
Mas o conteúdo mais forte coube ao apresentador, que citou "Waldomiro, mensalão, caixa dois, dinheiro na cueca, sanguessuga" e lembrou que "vários ministros do atual presidente foram denunciados" e que "altos dirigentes do PT, como o tesoureiro Delúbio, estão acusados por crimes".
E ainda deu tempo de fazer uma ameaça, relacionando a corrupção à falta de investimento. "Quando um país tem muita corrupção, as empresas deixam de investir. (...) Isso vai prejudicar obras importantes como o metrô, redes de água e esgoto, estradas." No final: "Um presidente que não controla os seus ministros e que alega que não viu nada, não sabe de nada, faz mal para o Brasil, para os brasileiros. Pense nisso e mude de presidente".
Lula, por sua vez, manteve o programa com realizações do governo, mas, prevendo ataques, exibiu um texto que o apresentou como o "candidato que não agride e não calunia". Outra novidade foi a estréia do vice José Alencar na TV.


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