São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2006

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Em velório, ministro cita elogio de d. Luciano

Dentro de igreja e ante o corpo do religioso, Patrus Ananias menciona carta que louva o Bolsa-Família

FABIANE LEITE
ENVIADA ESPECIAL A MARIANA (MG)

O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, usou o nome de dom Luciano Mendes de Almeida para falar bem de sua pasta, durante o velório do arcebispo de Mariana. Ele falou que d. Luciano abençoou as ações de seu ministério.
Pesquisas apontam que o Bolsa-Família, ligado à pasta de Ananias, é um dos maiores "puxadores de votos" para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Ele fez uma carta muito bonita, um dos documentos mais fortes que eu guardo [... ] reativando a esperança dele, o compromisso dele com o trabalho que nós estamos desenvolvendo no ministério. E nessa carta ele nos dá a sua bênção de pastor que era", disse Ananias do altar da igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Mariana, diante do corpo do arcebispo.
"Dom Luciano estará sempre presente entre nós e vai nos ajudar a fazer cada vez mais e melhor pelos nossos irmãos pobres", continuou o ministro, que chegou à missa de homenagem na hora da comunhão.
O enterro do arcebispo, que morreu no último dia 27 aos 75 anos em razão de um câncer de fígado, deve ocorrer nesta manhã na cripta da Catedral Basílica de Nossa Senhora da Assunção, em Mariana. Segundo a arquidiocese, confirmaram presença o presidente Lula e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), candidato à reeleição, além do candidato do PT ao governo mineiro, Nilmário Miranda.
Até as 18h de ontem a arquidiocese estimava que 10 mil pessoas passaram pela igreja para homenagear o arcebispo. Também o vice-presidente José Alencar (PRB) e o ministro das Comunicações, Hélio Costa, estiveram no velório ontem.
Ao deixar o santuário de Nossa Senhora do Carmo, Ananias afirmou que o arcebispo "fez a grande travessia em direção ao pobres e dedicou sua vida a construção de um país justo". Também voltou a falar da carta com elogios de Mendes de Almeida a seu trabalho, recebida há cerca de um mês, depois de ter enviado ao arcebispo um livro que prefaciou.
"Ele mandou uma carta extremamente afetuosa agradecendo o livro, e parabenizando generosamente pelo prefácio. Mas, sobretudo, abençoando de forma muito forte, muito gratificante os trabalhos que nós estamos fazendo em benefício dos pobres no ministério."
Documento recente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil a respeito das eleições, no entanto, critica o governo. Afirma que "o resultado das eleições de 2002 despertou grandes expectativas de transformação", mas que, "aos poucos o projeto de poder se sobrepõe a busca de um projeto de nação socialmente justa."
"Há sempre uma distância entre o que queremos e aquilo que é possível", disse Ananias, ao ser indagado sobre o texto.


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