São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2006

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Izar rebate suspeitas e diz que acusação de empresário objetiva desestabilizá-lo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), voltou ontem a rebater as suspeitas levantadas contra ele pelo empresário Luiz Antonio Vedoin, um dos donos da empresa Planam, em entrevista à revista "Época".
"Foi a pior semana da minha vida. É um absurdo ver notícias mentirosas sendo publicadas. Iniciou-se dentro do Congresso um processo para desestabilizar quem julga alguma coisa."
Vedoin afirmou à revista que a ex-servidora da Congresso Cristianne Mayrink teria feito contatos em nome da Planam com Izar e outros três deputados: José Mucio Monteiro (PE), Ciro Nogueira (PP-PI) e Luiz Piauhylino (PSB-PE).
A Planam é a empresa acusada de pagar propina a parlamentares. Em troca, eles apresentariam emendas ao Orçamento que acabariam beneficiando a empresa.
Em carta enviada à CPI dos Sanguessugas, Vedoin desmentiu a informação publicada pela revista. "Com relação aos fatos apontados pela matéria, (...) tenho a informar que nunca houve tratativas comerciais envolvendo esses parlamentares com a empresa Planam", diz Luiz Antonio Vedoin na carta.
Cristianne também teria ligado anteontem para o gabinete de Izar e se oferecido para declarar publicamente que nunca manteve contato com o parlamentar.

Pressão
Izar afirmou ontem que está sendo vítima de pressões e ameaças devido ao fato de comandar o órgão que processa 67 deputados acusados de envolvimento no escândalo dos sanguessugas.
Negando-se a revelar nomes, Izar disse que as manifestações incluem desde apelo sentimental até ameaças explícitas. Pelo menos um deputado o teria procurado para tentar escolher o relator de seu processo no conselho. "Ele chegou ao cúmulo de virar para mim e dizer: "Quero que o relator do meu caso seja esse'", contou.
Entre outras coisas, ele teria ouvido frases de colegas acusados de envolvimento na máfia como: "o senhor está colocando a mão em vespeiro" ou "você está falando demais, está prejudicando a gente".
O deputado também contou ter recebido três correspondências anônimas com ameaças. Todas foram encaminhadas à Polícia Federal para análise. Ontem, o deputado circulou pelo Congresso escoltado por dois policiais da Câmara.


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