São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2008

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Candidata suspeita de coagir eleitor é presa

Conforme a PF, Carminha integra uma quadrilha que obriga moradores do Rio a votarem nela; ela nega

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Quinze pessoas foram presas no Rio, em operação da Polícia Federal, suspeitas de coagir eleitores na zona oeste da cidade a votar e participar da campanha de Carmem Glória Guinâncio Guimarães, a Carminha Jerominho (PT do B), também detida. Todos são acusados de integrar milícia que atua em Campo Grande.
O Tribunal Regional Eleitoral expediu 22 mandados de prisão temporária -15 haviam sido cumpridos até a conclusão desta edição, incluindo dez PMs- descrevendo como crimes tentativa de homicídio, formação de quadrilha e coação eleitoral. Todos seriam levados para o presídio federal em Catanduvas (PR).
Depoimentos de um comerciante de gás e do administrador de um condomínio na área onde a milícia atua apontou, segundo a polícia, o modo como o grupo ameaça moradores a fim de aumentar a votação da candidata e garantir o financiamento da campanha.
Carminha é a terceira da família Guimarães a ser presa em oito meses. O vereador Jerominho (PMDB) -pai dela- e o deputado estadual Natalino (ex-DEM, hoje sem partido) -tio- foram presos sob acusação de comandar a milícia.
Conforme a PF, Carminha e o ex-PM Luciano Guinâncio Guimarães (também filho de Jerominho e foragido desde dezembro) "herdaram" o comando da milícia, autodenominada "Liga da Justiça". A família nega participação no grupo.
Segundo a polícia, o grupo tentou instalar um centro social em nome de Carminha no Condomínio Parque dos Eucaliptos. O administrador do local, Carlos Eduardo Marinho dos Santos, impediu. Em depoimento à PF, ele diz que sofreu um atentado a tiros.
Ontem à noite, o delegado Jami-Noá Medeiros de Araújo, 47, que atuou, dentro da Corregedoria Geral Unificada (CGU), nos processos de demissão de Natalino e cassação da aposentadoria de Jerominho -ambos policiais-, teve seu carro fechado por dois automóveis na Tijuca (zona norte) e recebeu um tiro no peito e outro no braço. Foi internado em estado grave. A polícia vai investigar se foi vingança.

Outro lado
Os advogados de Carminha e Luciano Guimarães negaram as suspeitas da PF de que eles, e mais 20 pessoas, ameaçaram moradores de Campo Grande ou que façam parte de algum grupo paramilitar.
Para o advogado Esio Lopes, a polícia está sendo usada por políticos interessados no eleitorado da região.


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