São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

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PAINEL

Hora do aperto
Cobrada pelos outdoors em que Serra é chamado de "caloteiro", a campanha de Maluf revelava ontem, nos bastidores, inusual falta de camaradagem em relação ao PT. Além de negar envolvimento no caso, malufistas diziam que há gente mais interessada em detonar o tucano.

Acertos finais
Às 9h, a Globo terá reunião final com assessores dos candidatos paulistanos para dirimir eventuais dúvidas sobre direito de resposta no debate desta noite. Para a emissora, está claro: caberá o recurso em caso de injúria, calúnia ou difamação.

Âncora eleitoral
Ninguém mais duvida de que Orestes Quércia deu a Luiza Erundina (PSB) um apoio de peso. Pesado. Quando se associou ao peemedebista, a ex-prefeita registrava intenção de voto no patamar dos dois dígitos. Hoje amarga 5% no Datafolha.

Sozinho no bolão
Enquanto o PSB nacional anuncia apoio a Marta e Erundina diz que respeitará a decisão, o presidente estadual, Márcio França, arrisca previsão contrária: segundo ele, a ex-prefeita não apenas estará com Serra como gravará para o tucano.

Contagem própria
Coordenada pelo presidente da Câmara, João Paulo Cunha, a campanha do PT em Osasco contratou empresa para apurar paralelamente os votos. O partido até hoje lança suspeita sobre a vitória em 2000 do tucano Celso Giglio, que tenta se reeleger.

Na mão
Candidato à reeleição em São José do Rio Preto, Edinho Araújo (PPS) apresentou inserção na TV em que Lula elogia sua gestão no município paulista.

Na contramão
Já o candidato petista em Rio Preto, Eduardo Nicolau, conseguiu somente uma foto com Lula para usar na campanha.

Sem trombada
A CNI mediu as palavras ao elaborar o mote de sua campanha pró-retomada do debate sobre a reforma tributária: "O que é diálogo não é imposto". Quer estimular a discussão sem no entanto transmitir a idéia de confronto com o governo.

No ar
A campanha publicitária da CNI pela reforma tributária estréia na próxima segunda-feira. Na primeira fase, serão três filmes de 30 segundos para TV, anúncios em jornais e outdoors.

Dia seguinte 1
O Planalto anuncia o desejo de votar já na próxima terça a Lei de Biossegurança no Senado. Difícil. Não faltará aliado voltando da eleição com a queixa de ter sido atropelado pelo PT.

Dia seguinte 2
Quando o Congresso acordar do primeiro turno eleitoral, haverá 18 medidas provisórias trancando a pauta e outras 10 editadas que bloquearão votações em outubro e novembro.

Trânsito parado
As 28 MPs de Lula à espera de votação são o maior trunfo do senador Renan Calheiros para tentar implodir o projeto da reeleição das Mesas do Congresso.

Auto-homenagem
Para comemorar hoje o Dia da Secretária, o deputado federal José Roberto Arruda (PFL-DF) enviou 50 mudas de... arruda a funcionárias da sede da Polícia Federal em Brasília.

Visita à Folha
John Danilovich, embaixador dos EUA no Brasil, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Jennifer Bullock, adida de imprensa do consulado dos EUA em São Paulo, de Michael Greenwald, diretor da seção de Imprensa, Educação e Cultura do consulado, e de Ana Paula Ferreira, intérprete.

TIROTEIO

Do presidente da Câmara paulistana, Arselino Tatto (PT), sobre José Serra, para quem o partido da adversária Marta Suplicy usa técnica nazista de propaganda, "repetindo mentiras até que se tornem verdades":
-Isso é coisa de quem subiu na hora errada e agora percebe que a periferia toda está com o PT e vai reeleger a Marta.

CONTRAPONTO

Guerra Fria

Últimos dias do segundo turno de 1998 para o governo paulista. Líder desde o início da campanha, Paulo Maluf, à época no PPB, assistia apreensivo à recuperação do tucano Mario Covas, que buscava a reeleição.
A estreita diferença entre os dois candidatos fez crescer a expectativa em relação ao debate da Rede Globo. Como ocorre com o programa da noite de hoje na mesma emissora, circulavam rumores de que Maluf faria ataques pesados ao adversário, até mesmo no campo pessoal.
Maluf chegou à Globo portando uma fita de vídeo e com ela ficou durante o programa. Em resposta, assessores de Covas entregaram-lhe uma pasta, da qual o candidato não se separou.
Findo o debate, um jornalista ouviu o diálogo no estúdio:
-Bem que você ficou com medo da minha fita, hein?
-Eu não. Você é que ficou com medo da minha pasta.


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