São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

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Salários maiores sofrem retração mais acentuada

DA SUCURSAL DO RIO

Se o rendimento médio real do trabalho como um todo caiu 7,4% de 2002 para 2003, a perda foi maior para os brasileiros com maiores salários, mostra a Pnad. Na comparação entre os dois anos, a perda real foi de 8,1% entre os 50% das pessoas empregadas com os maiores rendimentos. Para os rendimentos reais dos 50% com as menores remunerações a queda foi de 4,2%.
Segundo o IBGE, a diferença se explica principalmente pelo fato de o salário mínimo ter apresentado ganho real de 2,1% em 2003 em relação ao ano anterior. Prova disso é que, na distribuição dos rendimentos, só o segmento das pessoas que ganhavam entre um e dois salários mínimos não apresentou perda real.
É bom frisar que o levantamento leva em conta os rendimentos de trabalho, ou seja, aqueles provenientes exclusivamente da ocupação da pessoa, sem contar a renda obtida em aplicações financeiras, aluguel de imóveis e aposentadoria.
Como conseqüência da maior perda dos que recebiam maiores rendimentos, a concentração de renda diminuiu no Brasil em 2003. Entre os ocupados, os 10% com maiores rendimentos ficaram com 49% do total das remunerações do trabalho em 93, contra 45,3% em 2003. Os 10% com menores rendimentos ficaram com 0,7% em 93 e 1% em 2003.
Por isso, o índice Gini da distribuição de rendimentos do trabalho apresentou tendência de queda -0,555 em 2003, o mais baixo resultado desde 1981. O índice varia de zero a um. Quanto mais próximo de zero, menor é a concentração de renda.


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