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Cresce o número de sindicalizados
DA SUCURSAL DO RIO
No mesmo ano em que o ex-sindicalista Luiz Inácio Lula da
Silva assumiu a Presidência, aumentou em 6,4% o número de
pessoas sindicalizadas no Brasil.
De 2002 para 2003, o nível de sindicalização passou de 16,8% para
17,7% da população ocupada com
dez anos ou mais de idade -o resultado mais alto desde o início da
pesquisa, em 1992, revela a Pnad.
A sindicalização no setor agrícola foi a que registrou o maior
crescimento de 1992 a 2003, passando de 13,5% para 22,1%. Dos
14,01 milhões de trabalhadores
sindicalizados no ano passado,
3,63 milhões (25,9%) pertenciam
ao setor agrícola.
Para a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Angela Jorge, serão necessários novos
levantamentos para tirar conclusões sobre o motivo do aumento.
"Como foi o primeiro ano em que
houve uma alta elevada, temos
que esperar para saber se é uma
"bolha" ou uma tendência."
O grupo mais sindicalizado do
país é o formado por empregados
de atividades industriais, excluindo a indústria de transformação,
com 34,7%. Vale ressaltar que esse grupo é pouco representativo,
pois reúne apenas 221,3 mil sindicalizados (1,58% do total).
Em segundo lugar ficou o grupo
da educação, saúde e serviços sociais (29,2%), seguido pelo da administração pública (26,6%). A
proporção de pessoas sindicalizadas ficou em apenas 1,6% no grupo dos serviços domésticos e em
6,9% no da construção.
O levantamento do IBGE mostra que também aumentou o número de contribuintes da Previdência -elevação de 4% de 2002
para 2003, contra 2,4% de 2001
para 2002.
A proporção de contribuintes
da Previdência em relação à população ocupada atingiu 46,4%, a
maior desde 1992. Para o IBGE, o
incremento no emprego com carteira assinada, que concentra a
maioria dos contribuintes, foi
uma das causas principais para o
aumento do índice.
Para José Pastore, professor da
USP (Universidade de São Paulo)
e especialista em relações trabalhistas, o aumento da sindicalização pode estar relacionado a um
conjunto de fatores: aumento do
emprego formal na agricultura,
crescimento da filiação no setor
público e às campanhas "promocionais" de sindicalização, que incluíram até o empréstimo com
desconto em folha negociado pelos sindicatos.
"A explosão do agronegócio foi
feita com uma expansão do emprego formal que, como se sabe, é
muito mais sindicalizado do que
informal", diz Pastore, ao se referir ao aumento de sindicalizados
no setor agrícola.
Colaborou Claudia Rolli,
da Reportagem Local
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