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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
O fator Hamilton
O PT não está seguro de que Hamilton Lacerda seguirá o exemplo de Delúbio Soares e Jorge Lorenzetti,
assumindo a bronca em silêncio e até o fim. O homem
apontado pela PF como carregador da mala de dinheiro que pagaria o dossiê contra José Serra planejava ascender em futuras administrações do partido e eventualmente se candidatar a deputado, movimento
abortado pela condição de bode expiatório do escândalo. Em privado, petistas dizem que o comportamento de Aloizio Mercadante, a quem Lacerda era diretamente subordinado na campanha de São Paulo,
"não está sendo o combinado". Como assim? O senador, alegam, não se limitou a demonstrar distância do
ex-braço-direito, passando a rifá-lo em público.
Pote de mágoa. Maria
Isabel Fonseca, mulher de Lacerda e ex-secretária adjunta
de Administração da Prefeitura de Guarulhos, não está
nada satisfeita com o tratamento dispensado por Mercadante a seu marido. Já sugeriu que, se exagerarem na dose, vai sobrar para mais gente.
Genérico. No início da campanha, a equipe de Mercadante planejou criar em São Paulo uma "central de inteligência" similar à do QG de Lula.
Hamilton Lacerda seria o Jorge Lorenzetti local. Com ele
trabalharia Silas Redondo,
outro auxiliar do senador.
Fogo amigo. Lacerda é veterano em dossiês. Em julho
do ano passado, foi acusado de
tentar forjar um flagrante de
compra de fitas recheadas de
escutas ilegais para tirar o
oponente Horácio Neto da
disputa pela presidência do
PT de São Caetano do Sul.
Garganta. O ex-diretor do
Banco do Brasil Expedito Veloso desempenhou múltiplas
tarefas na operação dossiê.
Hoje se sabe que foi ele o responsável por vazar para a imprensa, na véspera da publicação da "IstoÉ", um resumo do
conteúdo das acusações da revista contra Serra.
Susto. Um carro circula por
São Paulo puxando um busto
de quatro metros de altura da
neotucana Dr. Havanir, candidata a deputada federal. Os
passantes são surpreendidos,
a cada minuto, com o grito de
guerra da ex-PRONA: "Meu
nome é Havanir!".
Herdeiro. Candidato a deputado estadual, o promotor
Fernando Kapez (PSDB) distribui pela internet carta assinada por um oficial da reserva
da PM que o coloca como alternativa de voto para eleitores "órfãos" do Cel. Ubiratan,
assassinado no início do mês.
Com e sem. A audiência
do debate da Globo -31 pontos na média- foi rigorosamente a mesma do programa
realizado no primeiro turno
da eleição de 2002, com Lula
presente. O presidente avaliava que, devido à sua ausência,
a audiência seria "pífia".
Meus caros. Esclarecimento de um assessor palaciano: a carta anunciando que
Lula faltaria ao debate não foi
endereçada ao Departamento
de Jornalismo, e sim aos acionistas da Rede Globo.
Novela. No Departamento
de Jornalismo, o W.O. de última hora gerou perplexidade.
A avaliação dominante é a de
que a Globo foi usada em uma
encenação, e que Lula jamais
pretendeu ir ao debate.
Uni-duni-tê. Cláudio Lembo foi o primeiro convidado
da campanha tucano-pefelista a chegar ao estúdio da Globo na noite de quinta. Ao ver o
governador paulista, conhecido pelas estocadas em seu sucessor, procurar lugar, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) brincou: "Ele é convidado
do Lula ou do Alckmin?".
Ato falho. Do candidato
Geraldo Alckmin ao término
do debate, comentando seu
equívoco de trocar a palavra
"imposto" por "esgoto": "É
porque hoje, com tanto imposto e um governo que não
sabe gastar, nosso dinheiro
vai mesmo para o esgoto".
Tiroteio
"Lula disse que não poderia deixar de estar com
os companheiros Luizinho e Mentor. Com isso,
mostra que vê o povo brasileiro como inimigo".
De MIGUEL REALE JR., coordenador do comitê financeiro da campanha
de Geraldo Alckmin, sobre o fato de o presidente ter deixado de debater na Rede Globo para dividir o palanque com mensaleiros.
Contraponto
Imagem e semelhança
Em evento de campanha em Curitiba, com a presença
de estudantes de escolas públicas da capital paranaense, o
deputado federal Gustavo Fruet (PSDB) foi abordado por
uma menina que queria saber por que razão os políticos
da legenda são chamados de tucanos.
Paciente, Fruet explicou à aluna que a ave foi escolhida
como símbolo do partido no momento de sua fundação,
em 1988, por ser "bem brasileira". Depois de ouvir atentamente as considerações zoológicas do parlamentar, a
garota manifestou sua surpresa:
-Ah... Achava que era por causa do nariz do Alckmin.
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