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Governo do Pará discorda de Minc e diz que eleição não influi em desmate na Amazônia
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
A Secretaria Estadual do
Meio Ambiente do Pará, Estado recordista em desmatamento da Amazônia em agosto, discorda do ministro Carlos Minc,
que relacionou o aumento da
derrubada da floresta às eleições municipais.
O secretário da pasta, Valmir
Ortega, disse que os prefeitos e
vereadores têm pouca influência na fiscalização, já que ela
normalmente é feita por órgãos
federais e estaduais. "As operações continuaram acontecendo
normalmente", afirmou.
Segundo ele, a maior prova
de que o pleito não influiu no
desmatamento em agosto é que
o total da área derrubada no Pará neste ano deve ser menor do
que o do ano passado, quando
não houve eleições.
Se em 2007 foram cerca de
5.000 quilômetros quadrados
de mata derrubada no Estado,
os sistemas haviam detectado,
até o meio do ano, 1.500 quilômetros quadrados.
"Essa comparação mês a mês
é ingrata", falou Ortega. "Para
as pessoas que achavam que
iria haver uma explosão do número neste ano, digo que conseguimos conter esse índice."
Para ele, o aumento em agosto está relacionado à maior exposição do Pará (ligada à menor
cobertura de nuvens) e à época
da seca na Amazônia, quando o
desmate tende a crescer.
"Mas é possível que muito do
que se está vendo agora já tenha sido derrubado antes, em
março ou abril [quando a maior
parte do Pará não estava visível
pelos satélites]", afirmou. "Por
isso temos números tão díspares entre um mês e outro."
O que mudou, segundo ele,
nessas novas aferições é o reaparecimento de uma grande
concentração da devastação
em poucas áreas.
(JOÃO CARLOS MAGALHÃES)
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