São Paulo, quarta-feira, 30 de setembro de 2009

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outro lado

Toffoli diz que não se lembra de conversa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, disse, por meio de sua assessoria, que "não tem lembrança de ter feito a indicação" de advogado para defender Silas Rondeau. Por essa razão, não comentou as declarações do ex-ministro gravadas pela Polícia Federal.
Toffoli afirmou ainda que, se a indicação realmente foi decidida na Casa Civil, cabe ao órgão da Presidência República se manifestar sobre o caso.
Também por meio de assessoria, a Casa Civil declarou à Folha que "não indicou nem aprovou qualquer advogado para o ex-ministro".
A assessoria acrescentou: "O ex-ministro jamais esteve na Casa Civil para discutir suas questões junto à Justiça".
Silas disse que também não se lembra da conversa com Toffoli, mas não descarta que ela tenha ocorrido. "Se eu o encontrei, deve ter sido na antessala do presidente [da República] ou naquelas imediações. Reunião formal, eu acredito que não... Se um negócio desse estoura, ele está no meu círculo de consulta, sim, mas não é o principal", afirmou Silas.
Com relação à secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, que aparece em grampo da Polícia Federal conversando com ele sobre sua defesa, Silas disse que "é uma advogada a quem eu sempre recorria". "Ela é oriunda da Eletronorte, que é minha origem, era da consultoria jurídica do Ministério de Minas e Energia, depois foi ser secretária-executiva da Casa Civil. Eu sempre tive um canal com ela."
Silas negou, porém, ter recebido orientação de Erenice. Segundo ele, sua defesa "não era um assunto do governo".
O ex-ministro disse ainda que escolheu o advogado José Gerardo Grossi para defendê-lo porque tinha "seu estilo" e por ser "católico ortodoxo".
Grossi disse não saber que sua indicação tenha partido de Toffoli. "Às vezes, troco telefonemas com o Toffoli, tenho trocado alguns. Mas desse [caso], eu realmente não me lembro de ele ter telefonado ou de eu ter telefonado", afirmou.
Segundo Grossi, "é muito comum nos meios partidários, nos grupos que compõem o governo, que, [se] um de nós [alguém] tem problemas, [...] precisa constituir um advogado. Uma vez ou outra eu sei, por ouvir dizer, que a pessoa me indicou (...) Isso é corriqueiro na nossa vida [de advogado]".


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