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DE 2002 A 2004
Ministro afirma que PT não criou grupo para minar adversários
Bastos nega ação de petistas e
diz que aceita ir ao Congresso
IURI DANTAS
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, declarou ontem
que o PT não criou um destacamento para minar candidaturas
adversárias na corrida à Presidência no ano passado. Ele disse que
vai ao Congresso, caso seja convidado, para explicar a questão.
"O Congresso Nacional é soberano. Eu vou com muito prazer,
quantas vezes for convidado",
afirmou o ministro ontem.
Amigo próximo do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro disse que, se algo houvesse, ele
saberia. "Tomei conhecimento do
caso pela primeira vez pela revista
"Veja"." A revista divulgou a existência de uma espécie de "esquadrão petista" que teria a missão de
descobrir irregularidades sobre
os adversários de Lula durante a
campanha presidencial de 2002.
Um dos atingidos seria o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, que era
candidato a vice de Ciro Gomes.
"Nunca ouvi falar nisso. Fiquei
estupefato, eu não sei disso. Se tivesse alguma coisa, eu saberia,
mas nunca houve, com certeza
nunca houve. A minha posição, o
meu status, é mais do que não saber, sei que não existiu", afirmou.
O ministro trabalhou intensamente nas quatro candidaturas de
Lula à Presidência da República
(89, 94, 98 e 2002). Além de não
ver problema em comparecer ao
Congresso para falar sobre o suposto grupo de inteligência petista, Bastos minimizou a importância de uma CPI sobre o tema.
Anteontem, congressistas de
oposição sugeriram a instalação
da CPI. "Acho que se podia fazer
uma CPI, o Congresso pode fazer
quantas CPIs quiser", disse.
Segundo o ministro, o PT não
cometeu nenhuma falta ética ou
legal durante a campanha.
ACM e Genoino
Outro citado na reportagem da
revista, o senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA) negou ter
entregue a um emissário do PT,
durante a campanha presidencial
de 2002, um dossiê sobre o economista Ricardo Sérgio de Oliveira,
ex-diretor do Banco do Brasil e
ex-caixa de campanhas eleitorais
tucanas, com denúncias que foram divulgadas na imprensa, supostamente para atingir o então
presidenciável José Serra (PSDB).
ACM afirmou ter conversado
com o sindicalista Wagner Cinchetto durante a campanha, no
hotel Maksoud Plaza, sobre "fatos
que conhecia em relação ao ministro José Serra, que foram amplamente divulgados" -como
acusações que já eram públicas
contra Ricardo Sérgio e o suposto
envolvimento da campanha tucana no episódio que levou à renúncia da então candidata do PFL Roseana Sarney (AM).
O senador, no entanto, negou a
informação publicada pela revista
de que teria entregue uma documentação contra Ricardo Sérgio
ao advogado Terence Zveiter.
"Esteve comigo em São Paulo o
Wagner [mais tarde ele disse o sobrenome, por meio de sua assessoria]. Falei com ele sobre coisas
já públicas. Não entreguei nenhum documento. Não existe
dossiê nenhum. Não houve calhamaço de mil páginas. Até porque
o Ricardo Sérgio não merecia um
dossiê de mil páginas", disse.
O presidente do PT, José Genoino, disse ontem em São Paulo que
"a matéria [da "Veja"] não tem pé
nem cabeça". Genoino afirmou
ainda que não vê motivo para que
Paulinho deixe o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, conforme o sindicalista
anunciou anteontem. "Não é
bom. Ele tem que continuar."
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