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MULTIMÍDIA
Libération - de Paris
Lula já não é ídolo da esquerda francesa
FRANÇA - O prestígio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre a esquerda francesa já não é o
mesmo de um ano atrás. É o que
diz o jornal francês "Libération"
na sua edição de anteontem.
Quando o presidente foi eleito,
no ano passado, afirma a reportagem, "a quase totalidade da esquerda francesa" o tomou por seu
novo ídolo. Hoje, a extrema esquerda o vê como "um chefe de
Estado preocupado em não contrariar o FMI [Fundo Monetário
Internacional]", os verdes criticam a política de Lula para os
transgênicos e os movimentos antiglobalização vêem cada vez menos o presidente brasileiro como
uma alternativa à globalização.
O "Libération" cita uma declaração do presidente da Attac
(Ação pela Tributação das Transações Financeiras em Apoio aos
Cidadãos), Jacques Nikonoff, na
qual ele diz que a política do governo Lula "dá o sentimento de
que não existe nenhuma alternativa à mundialização liberal".
Por isso, afirma a reportagem,
Nikonoff recomenda desde junho
deste ano que seus correligionários "mantenham distância" dos
petistas.
Olivier Besancenot, porta-voz
da Liga Comunista Revolucionária, de orientação trotskista e filiada à Quarta Internacional, lamenta a falta de "mobilização social"
para se contrapor à "orientação liberal" do governo.
O jornal francês também publica uma entrevista com o deputado federal Fernando Gabeira, que
deixou o PT há duas semanas por
discordar da política ambiental
do governo. Apesar das discordâncias, Gabeira afirma que, diferentemente da esquerda do PT,
não condena a reforma da Previdência nem defende a moratória
ou a ruptura com o FMI.
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