São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2004

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PAINEL

Cara para fora
Os petistas já disputam a presidência da Câmara em caso de vitória de Marta Suplicy. A diminuição da vantagem de José Serra em relação à prefeita nas pesquisas fez com que aspirantes ao cargo de Arselino Tatto (PT) botassem o bloco na rua.

Viagem sem volta
Vereadores próximos da prefeita, como Paulo Teixeira, estão cotados para a vaga. Tatto irritou-se com a movimentação e, em privado, afirma que não pretende abrir mão do cargo. Mesmo se a petista não vencer, a disputa deixará seqüelas.

Dueto
Circula pela Câmara paulistana um apelo à "proporcionalidade": o vencedor do Executivo ficaria com a presidência, a maior bancada levaria a secretaria-geral. Pela tese, como PT e PSDB foram os mais votados com 13 vereadores cada, eles dominariam a Casa em 2005.

Ponte rodoviária
Na tentativa de fazer frente à militância "importada" do PT, o PSDB contará amanhã com o reforço de uma tropa fluminense comanda pelo deputado estadual tucano Otavio Leite, vice-prefeito eleito de Cesar Maia.

Rumo a 2006
Encerrada a apuração amanhã, Geraldo Alckmin já tem compromisso na segunda logo cedo. Presidenciável tucano, ele abrirá o atendimento do Poupatempo Móvel no bairro do Tucuruvi, zona norte da capital.

Para o arquivo
Candidata petista em Fortaleza, Luizianne Lins dispensou a mensagem de apoio que Lula gravou. À frente nas pesquisas, ela simplesmente não teria achado necessário exibir a peça.

Sabão em pedra
A lavagem da roupa suja no PT já começou. Paulo Rubem, derrotado em Jaboatão (PE), acusa a cúpula de ter errado ao privilegiar as capitais em detrimento de cidades médias.

Tensão pós-eleitoral
Dilma Roussef teve conhecimento antecipado da nota da Petrobras contra a interferência do Copom em sua política de preços. A ministra das Minas e Energia a avalizou. Embora o governo tente pôr panos quentes na crise, o assunto pode retornar no Congresso via PT.

Torcida silenciosa
Na crise com o Copom, a Petrobras contabiliza mais apoios do que críticas dentro do governo, recheado de ministros com poucos recursos para gastar no ano que vem e sentindo-se sempre ameaçados pela tesoura afiada da equipe econômica.

Vovó Stella
Apesar das resistências de João Paulo Cunho, presidente da Câmara, a Casa mandará aos EUA uma comissão parlamentar para fiscalizar as eleições norte-americanas. Ela será chefiada pelo deputado Ricardo Zaratini (PT-SP), autor da proposta e aliado de Marta na capital.

Destoando
Quem encontrou Delúbio Soares às 6h da manhã de ontem no aeroporto de Goiânia, com terno de linho e sapatos cor de telha, achou estranho o clima de euforia dos petistas paulistanos: o tesoureiro do partido e estava com ar sorumbático.

Curta temporada
O Planalto avalia que dura pouco a ameaça do PFL baiano de assinar a CPI do caso Waldomiro Diniz. Imagina que logo ACM reassumirá seu repertório clássico. Além disso, o "custo investigação" já foi contabilizado.

Solo fértil
Quando a Kroll veio para o Brasil, em 1995, distribuiu revista do "New York Times" com reportagem sobre a empresa: "Onde os negócios fraudulentos florescem, também prospera a Kroll Associates", dizia o texto.

TIROTEIO

Do deputado petista Paulo Delgado (MG), sobre a crítica do Copom à alegada demora da Petrobrás em aumentar o preço dos combustíveis:
-Os integrantes do conselho são o verdadeiro risco Brasil. Praticam ortodoxia monetária sem inteligência e querem determinar todas as ações do Estado. O Copom é um freio no progresso. Sua ata é de uma exorbitância intimidatória.

CONTRAPONTO

Sem chance

Quando não está participando de reuniões estratégicas, o deputado federal Dr. Rosinha, um dos coordenadores da campanha de Ângelo Vanhoni (PT) a prefeito de Curitiba, vai para a rua com os cabos eleitorais pedir votos para seu candidato.
Com vasta experiência em panfletagem, o médico e ex-sindicalista atua como uma espécie de professor da militância petista, ensinando como abordar o eleitor e tentar conquistá-lo.
Ainda no primeiro turno, Rosinha distribuía material de campanha no centro de Curitiba quando viu se aproximar um eleitor de cara amarrada.
-Deixem comigo-, disse o deputado aos militantes.
Assim que a pregação do petista acabou, o rapaz, sempre carrancudo, recusou-se a pegar o panfleto oferecido e apontou para o próprio peito, onde a camiseta trazia a inscrição:
-Não enche o saco, pô!


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