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Defesa e Exército não
falam de suposto dossiê
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Defesa e o comando do Exército não quiseram
comentar reportagem divulgada
ontem pela revista "IstoÉ" na qual
são descritos detalhes de um suposto dossiê elaborado por militares sobre a guerrilha do Araguaia -movimento armado de
integrantes do PC do B que atuou
na divisa de Tocantins, Pará e Maranhão, entre 1972 e 1975.
Os conflitos com as Forças Armadas começaram em 1972, mas
somente três anos depois o foco
guerrilheiro foi completamente
destruído. Divulgada ontem na
página da revista da internet, a reportagem afirma que teve "acesso
a 37 documentos militares secretos ou confidenciais" sobre a
guerrilha. Os papéis teriam sido
copiados de arquivos pessoais e
do Exército.
Um dos trechos mais preciosos
da reportagem revela supostos
detalhes da execução de Dinalva
Conceição Teixeira, a Dina. Teria
sido presa em junho de 1974, num
local chamado Pau Preto, em
companhia de outra guerrilheira,
Luiza Augusta Garlipe, a Tuca.
Dina teria sido mantida prisioneira por duas semanas. Depôs
em Marabá. No início de julho, levaram-na de helicóptero para a
mata. Antes de ser morta, teria
travado um diálogo amistoso
com seu executor, um sargento
do Exército, cujo codinome era
Ivan. Caminharam na mata por
15 minutos. "Quero morrer de
frente", pediu Dina, segundo o relato reproduzido pela revista.
"Então vira pra cá". A guerrilheira
o teria fitado. E recebeu um tiro
no peito. Depois, na cabeça.
O novo dossiê não trata, porém,
de um ponto sempre reclamado
pelas famílias dos desaparecidos e
mortos no período: a localização
dos corpos. Diz que o Exército enterrou inimigos no cemitério de
Xambioá e na selva. Em 1975, teria
voltado às covas. Os corpos achados teriam sido queimados.
O dossiê traz uma contabilidade
do Araguaia. Dos 105 guerrilheiros que participaram do conflito,
64 teriam morrido "em combate";
18 estariam "desaparecidos"; 15,
embora presos, sobreviveram; 7
teriam "desertado"; e 2 "cometeram suicídio". Os números não
batem com o que já foi divulgado.
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