DA REPORTAGEM LOCAL

Vinho para acompanhar Marta Suplicy derrotar Serra na casa do diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa. No apartamento de Lulu Librandi, coordenadora do Memorial da América Latina, vela acesa para santo Expedito e marrom glacê de aperitivo. Para ver Serra ganhar.
Ele é PT. Ela, PSDB. "Ela [Marta] esteve melhor que ela mesma. Achei ótimo deixar o estilo perua de lado. Não vendeu peixe sob o domínio de um marqueteiro", comenta o diretor. "Olha o mapa astral do Serra. Peixe com ascendente em peixe. De pessoas sensíveis, intelectuais", analisa Lulu.
Zé Celso critica Serra, "um tecnocrata", e elogia Marta, "a pragmática". "Estão loucos agora para fazer uma briga de galo", brinca o diretor. Lulu também lembra do episódio da rinha. "Olha, ela está olhando para o contraventor", diz, referindo-se ao marqueteiro do PT, Duda Mendonça.
Zé Celso lamenta que os candidatos não se encarem. Não olhem "no olho" do oponente. Marta, avalia ele, ganha pontos por tê-lo feito, pela primeira vez. "Quem olhar primeiro no olho, vai ganhar", se exalta.
Lulu segue com a vela acesa. Não gostou muito do primeiro bloco. "Não teve debate". É admiradora do estilo de Serra. "Olha o jeito de professor". Já no segundo bloco, "a coisa melhorou". "A Marta é a Marta, não tem jeito", diz, referindo-se ao que avalia como descontrole da petista.
Zé Celso elogia o formato americano do debate, mas critica o padrão global, que, acha, pasteurizou até os eleitores escolhidos para as perguntas. Lulu já acompanhou Serra em campanha. Diz que ele é sério, não promete o que não pode. "Olha, na [avenida] São João uma senhora falou com ele e pediu para que ficasse com uns papéis. Eu o ouvi dizendo: não, isso eu não posso fazer. Se fosse outro, levava e jogava num canto."
Zé Celso, antes "grilado" com Marta, diz que quem tinha receio, como ele, pode rever a posição. Lulu, com Serra do começo ao fim, não vacilou. Segue com ele.


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