São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2004

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SALVADOR

Por verbas, pedetista já trabalha para se aproximar do governo Lula

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Com mais de 40 pontos percentuais de vantagem sobre seu adversário na disputa pela Prefeitura de Salvador, João Henrique Carneiro (PDT) já começou a trabalhar para se aproximar do governo federal e conseguir as verbas necessárias à realização das suas promessas de campanha.
Desde o começo da campanha do segundo turno, em conversas reservadas, Carneiro, que tem o senador César Borges (PFL) como rival na eleição, pediu ao deputado Nelson Pellegrino (PT) e ao ministro Jaques Wagner (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, logo após a votação.
O candidato não admite publicamente, mas teme que sua eventual gestão possa ser boicotada pelo governo estadual, do PFL. "Sou de um partido que faz oposição ao presidente, mas o próprio Lula já disse que vai respeitar a vontade dos eleitores", disse.
Pesquisa Ibope divulgada três dias antes das eleições revelou que Carneiro tem 66% das intenções, contra 24% de Borges. Nos últimos programas do pedetista, o ministro Wagner disse que será o "embaixador" da prefeitura nas relações com o governo federal.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), patrono da candidatura de Borges, reagiu com ironia à declaração. "Jaques Wagner não tem condições de ser embaixador de qualquer administração porque foi demitido, por incompetência, do seu primeiro emprego, o Ministério do Trabalho."
A aproximação entre o PT e o PDT aconteceu logo após o primeiro turno. Derrotado por pouco mais de 3.000 votos por César Borges, o PT baiano (cujo candidato foi Nelson Pellegrino) anunciou o seu apoio a João Henrique.
"As oposições estão unidades para derrotar o senador Antonio Carlos Magalhães. Não podemos comparar a situação estadual com o plano federal", disse Pellegrino sobre o apoio do PT a duas siglas que fazem oposição a Lula, o PDT e o PSDB, que indicou o candidato a vice na chapa de Carneiro.
Apesar da preocupação do pedetista, Lídice da Mata (PSB), que também disputou o primeiro turno, não acredita em perseguição política. "A sociedade está mais vigilante e não aceita retaliações."
Para o prefeito Antonio Imbassahy (PFL), Carneiro, caso seja eleito, não terá condições de cumprir as suas promessas sem ajuda dos governos federal e estadual.


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