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SALVADOR
Por verbas, pedetista já trabalha para se aproximar do governo Lula
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Com mais de 40 pontos percentuais de vantagem sobre seu adversário na disputa pela Prefeitura de Salvador, João Henrique
Carneiro (PDT) já começou a trabalhar para se aproximar do governo federal e conseguir as verbas necessárias à realização das
suas promessas de campanha.
Desde o começo da campanha
do segundo turno, em conversas
reservadas, Carneiro, que tem o
senador César Borges (PFL) como rival na eleição, pediu ao deputado Nelson Pellegrino (PT) e
ao ministro Jaques Wagner (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) uma audiência
com o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, logo após a votação.
O candidato não admite publicamente, mas teme que sua eventual gestão possa ser boicotada
pelo governo estadual, do PFL.
"Sou de um partido que faz oposição ao presidente, mas o próprio
Lula já disse que vai respeitar a
vontade dos eleitores", disse.
Pesquisa Ibope divulgada três
dias antes das eleições revelou que
Carneiro tem 66% das intenções,
contra 24% de Borges. Nos últimos programas do pedetista, o
ministro Wagner disse que será o
"embaixador" da prefeitura nas
relações com o governo federal.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), patrono da candidatura de Borges, reagiu com ironia à declaração. "Jaques Wagner
não tem condições de ser embaixador de qualquer administração
porque foi demitido, por incompetência, do seu primeiro emprego, o Ministério do Trabalho."
A aproximação entre o PT e o
PDT aconteceu logo após o primeiro turno. Derrotado por pouco mais de 3.000 votos por César
Borges, o PT baiano (cujo candidato foi Nelson Pellegrino) anunciou o seu apoio a João Henrique.
"As oposições estão unidades
para derrotar o senador Antonio
Carlos Magalhães. Não podemos
comparar a situação estadual com
o plano federal", disse Pellegrino
sobre o apoio do PT a duas siglas
que fazem oposição a Lula, o PDT
e o PSDB, que indicou o candidato a vice na chapa de Carneiro.
Apesar da preocupação do pedetista, Lídice da Mata (PSB), que
também disputou o primeiro turno, não acredita em perseguição
política. "A sociedade está mais
vigilante e não aceita retaliações."
Para o prefeito Antonio Imbassahy (PFL), Carneiro, caso seja
eleito, não terá condições de cumprir as suas promessas sem ajuda
dos governos federal e estadual.
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