São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Contrato estabelece direito do Estado", diz presidente da YPFB

DO ENVIADO A LA PAZ

Leia, a seguir, a entrevista concedida à Folha pelo presidente da YPFB, Juan Carlos Ortiz, ontem de madrugada, após assinatura dos contratos:  

FOLHA - Quais são as mudanças do novo contrato com a Petrobras?
JUAN CARLOS ORTIZ
- Agora temos uma política que estabelece claramente o direito a comercializar que tem o Estado boliviano, já que são suas reservas. A atividade será feita por meio da YPFB. Aumenta a participação do Estado na renda petroleira e a da YPFB no resultado de cada campo. É um contrato de operação, como há muitos no mundo. É uma forma de organizar o setor que está de acordo com os princípios da política petroleira boliviana feita pelo governo Morales.

FOLHA - Como fica a alíquota?
ORTIZ
- Há 50% de participação de regalias (royalties) IDH (Imposto Direto aos Hidrocarbonetos) e há uma participação da YPFB sobre o lucro do campo.

FOLHA - Mas como fica a alíquota em San Alberto e San Antonio?
ORTIZ
- Em San Antonio, o "government take" supera 85%.

FOLHA - Então a parte do governo diminuiu em relação ao período transitório, quando a alíquota ficou em 82%?
ORTIZ
- A sua análise está certa, corresponde ao decreto de nacionalização, que estabelecia que, por 180 dias, valeria essa taxa impositiva.

FOLHA - A Petrobras temia se converter em prestadora de serviços. Como foi a solução?
ORTIZ
- Assinamos com todas as empresas contratos de operações nos quais podem realizar atividades de risco e levar adiante seu espírito de petroleira que assume riscos.

FOLHA - Isso já havia. O que muda em relação a contratos anteriores?
ORTIZ
- Muda porque o modelo petroleiro que se implementou na Bolívia resultava de um fanatismo ideológico equivocado, que gerou devastadores efeitos para os bolivianos.

FOLHA - O contrato já está pronto para ser enviado ao Congresso?
ORTIZ
- Sim, como diz a Constituição e como não fizeram esses governos fanáticos.


Texto Anterior: Petrobras cede na Bolívia para manter rentabilidade
Próximo Texto: "Asseguramos o retorno dos investimentos", diz Gabrielli
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.