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Listas do TSE indicam rejeição a candidatos
de nomes esdrúxulos
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma consulta às listagens
do Tribunal Superior Eleitoral, envolvendo candidatos a
deputado derrotados nas urnas em todo o país, revela o lado folclórico do pleito: a criatividade de candidatos que imaginam mudar de vida ou se
propõem a melhorar a dos outros.
Em Mato Grosso, "Ceguinho de Olho no Futuro" obteve 87 votos e não se elegeu deputado. Os eleitores também
não se empolgaram com "Hélio Gaguinho" e "Claudinho
Político Gago", de São Paulo.
Nem com os mineiros "Edson
Garganta" e "Gargantinha de
Ouro".
O eleitorado rejeitou as promessas de "Quem-quem", do
Piauí, "Alexandre Fala Sério",
do Rio de Janeiro, "Bosco Faro Fino", de Rondônia, "Chiquinho Arara", do Acre, e "Boca da Verdade," de São Paulo.
Talvez inspirados no ex-torneiro mecânico que chegou à Presidência da República, lançaram-se às urnas, sem
sorte, o goiano "Júlio da Retífica", o alagoano "Jobson Metalúrgico", o capixaba "Chumbinho Mecânico" e a fluminense "Lili Soldadora".
Da medicina, de onde saíram o candidato à Presidência
tucano Geraldo Alckmin e o
ex-ministro petista Antonio
Palocci, também se submeteram ao exame do eleitor o "Dr.
Maluf Médico do Coração"
(homônimo do campeão de
votos e de suspeitas), o "Dr.
Saulo Médico da Família"
(SP), a "Dra. Fátima Santos
Super Mãe" (MG), o "Dr. Roberto Médico da Baixada" e o
"Dr. João o Médico do Povo",
do Rio de Janeiro. Nenhum
deles se elegeu.
Bandeiras
A questão da moradia não
ajudou "Gilson dos Sem Tetos" nem o candidato "Pouca
Telha", sergipanos. Continuarão excluídos "Mendigo
Oruk" (RJ), "Pelé da Sucata"
(SP), "Antônio do Ferro Velho" (TO), "Cézar da Reciclagem" (PB) e "Jorge Cata Lixo"
(RJ).
Não foi eleito o "Professor
Gerson Cotas Já" (SP), nem
"Chico Preto" (AM), "Neguinho dos Olhos Castanhos"
(CE), "Neguim Bom Dia"
(GO), "Nega Véia" (MG) e
"Jussara Negona" (RO). Igualmente, perderam "Loura"
(AM), "Branquinho" (MT),
"Zé Louro" (PI), "Zé Lorin do
Hamburgão" (RJ) e "Galego
do Gás" (PE). Aliás, a Paraíba
não elegeu "Galego do Leite"
nem "Galego do Café".
Não foram bem-sucedidos o
paraense "Zé Liberal" nem o
mineiro "Felipe Radical".
"Darci Chutando o Balde"
(SC) e "Edileuza Andrade Sai
de Baixo" (RJ) não poderão
mostrar do que seriam capazes. Não foram ungidos "Domingão Homem de Fé" (SP),
"Abençoado" (BA), O "Poeta
de Cristo", Edinaldo Filho de
Deus" (BA), "Serginho Carismático" (MT) nem "Zeca Deabo" (AP).
Muito menos "Ivan O Terrível" (SP), "Júlio César O Conciliador" (CE), "Geraldinho O
Iluminado" (SP) e "Natanael
O Profeta" (RJ). "Matias O Escolhido" (AL) não o foi nas urnas.
O eleitor não acolheu "Bubu
Pé de Serra" (BA) nem "Perna
de Pau Capivara" (SP). O alagoano "Zé do Burro" e o baiano "Bira do Jegue" não trocarão suas montarias pelo mandato.
O legislativo estará livre dos
excessos de "Chico Doido" de
Rondônia e de "Chico Doido"
de Roraima. "Pinheiro Na Moral" (SE) não emplacou. Nem
o candidato "Mouralidade"
(RJ).
Não mudarão de ofício
"Abeneir O Coveiro" (RO),
"Zé do Canil" (ES), "Marinete
A Diarista" (RJ), "Raimundo
Picolezeiro" (RR), "Xavier do
Sopão" (BA), "Canindé O Cozinheiro" (SP), "Jorge do Bingo" (AM), "João Bicheiro"
(RO), "Wanderley do Bilhar",
"Palhaço Pirulito" (AL), "Joaquim do Alto Falante" (SP) e
"Aurora Baú da Felicidade".
Não houve festa para "Neneca do Pistom" (PE), "Tonho
da Sanfona" (AL) e "Genário
Sanfoneiro" (ES), mas dançaram "Severino Xic Xic" (MS) e
"Cumade Sebastiana" (PE).
"O Chato", do Paraná, obteve 447 votos, e o "Lobisomem" (RS), 1.601. Já "Polaco
Leiteiro" (MT) contou apenas
o seu voto. Os maranhenses
"Tia Loló" e "Lelé" ficaram para trás. E "Lila Lá", do Amazonas -ao contrário de Lula-
não chegou lá.
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