São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2008

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TSE cassa eleito em Londrina e apoiadores fazem protesto

Tribunal anulou candidatura de Belinati, que teve contas de seu 3º mandato rejeitadas

Decisão do TSE foi tomada anteontem, após vitória de Belinati em 2º turno; títulos de eleitores e Constituição foram queimados no ato


JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

Apoiadores do prefeito eleito de Londrina (379 km de Curitiba), Antonio Belinati (PP), protestaram ontem contra a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de cassar a candidatura dele. A decisão tomada anteontem pelo TSE anula a vitória de Belinati em segundo turno, quando conquistou 51,73% dos votos válidos.
Os protestos contra a decisão do TSE se concentraram no centro de Londrina e na zona norte, reduto eleitoral de Belinati. No centro, manifestantes bateram panelas e latas e gritaram palavras de ordem contra a Justiça Eleitoral na frente do fórum eleitoral, da prefeitura e da Câmara Municipal.
Alguns manifestantes queimaram exemplares da Constituição Federal e títulos eleitorais. A Polícia Militar acompanhou o protesto e estimou em cerca de 350 pessoas o número de participantes.

Rejeição
Presidente do PP no Paraná, o deputado federal Ricardo Barros disse que a decisão é "esdrúxula" e "será revertida no STF [Supremo Tribunal Federal]". De acordo com Barros, os advogados da candidatura Belinati irão ingressar hoje com recurso no TSE.
Belinati teve sua candidatura impugnada pela rejeição de suas contas em 1999, quando cumpria seu terceiro mandato.
""O TSE não considerou a suspensão dessa rejeição pelo Tribunal de Contas e isso é um absurdo que será reformado pelo STF", disse Barros.
Após a impugnação determinada pelo TSE, cabe agora à Justiça Eleitoral de Londrina decidir se haverá nova eleição, se será empossado o segundo colocado -Luiz Carlos Hauly, do PSDB- ou se haverá novo segundo turno entre o segundo e o terceiro colocado. A Justiça ainda não se manifestou.
O promotor eleitoral de Londrina, Miguel Sogaiar, autor do pedido de impugnação de Belinati, disse que defende a realização de um novo pleito eleitoral, já que impugnação da candidatura de Belinati não pode retirar de seu partido o direito de indicar um novo candidato.
Em 2000, Belinati teve o mandato cassado pela Câmara Municipal de Londrina sob a acusação de desviar mais de R$ 100 milhões dos cofres municipais e de usar indevidamente recursos públicos para sua promoção pessoal. O prefeito eleito nega as acusações.
Ainda assim, Belinati conseguiu anular a suspensão de seus direitos políticos e disputou a Prefeitura de Londrina, em 2004, chegando ao segundo turno com o candidato à reeleição Nedson Micheletti (PT), mas perdeu a eleição.
Em 2006, ele foi eleito deputado estadual e tentava voltar pela quarta vez à chefia do Executivo municipal de Londrina.


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