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Presidente do Icatu é o mais cotado para BC
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O PT deve anunciar nos próximos dias o nome do novo presidente do Banco Central a ser sabatinado pelo Congresso até o dia
15 de dezembro. De acordo com o
que a Folha apurou, os nomes
mais cotados são os dos economistas e ex-diretores do Banco
Central Pedro Bodin, presidente
do Banco Icatu, e José Júlio Senna,
sócio-diretor da MCM Consultores Associados.
O presidente eleito, Luiz Inácio
Lula da Silva, preferiu definir o
nome do novo presidente do Banco Central depois da escolha do
ministro da Fazenda.
Depois de sinalizar que Palocci
ocupará a Fazenda, a cúpula do
PT centrou esforços na diretoria
do Banco Central.
Bodin recebeu nesta semana
uma sondagem muito forte por
parte de emissários de Lula. O
economista recusou o convite,
mas vários banqueiros pesos pesados estão tentando com que ele
volte atrás. Palocci o considera
um nome excelente para o cargo.
De acordo com o que a Folha
apurou, ao negar o convite, Bodin
alegou o fato de os diretores do
Banco Central serem obrigados a
conviver com processos judiciais
por um longo tempo, mesmo depois de deixarem o governo.
O próprio Bodin teve uma demonstração disso, quando foi diretor do BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social) na época que a instituição era presidida por Eduardo
Modiano, no governo Fernando
Collor de Mello (1990-1992).
Os diretores do BNDES tiveram
que depor na CPI da privatização
e, alguns deles, ainda enfrentam
processos movidos pelo Ministério Público.
Já em relação aos diretores do
Banco Central, o problema é ainda maior. Até hoje, ex-presidentes
como Pérsio Arida, Gustavo Loyola, Gustavo Franco e outros têm
que se apresentar na Justiça para
responder a vários processos, fora
o fato de serem obrigado a contratar grandes e caros escritórios de
advocacias para representá-los.
Não foi só Bodin que manifestou esse receio. Outros nomes
sondados pelo PT também se recusaram a deixar o cargo que hoje
ocupam para pilotar o BC.
A Folha apurou que também
foram sondados por emissários
do PT, nos últimos meses, além
de Bodin e Senna, nomes como os
de Cláudio Haddad, do Ibmec
(Instituto Brasileiro de Mercado
de Capitais); Fábio Barbosa, presidente do ABN Amro; e Sérgio
Werlang, diretor do Banco Itaú,
entre outros.
Muitos deles alegaram o mesmo
motivo. O medo de conviverem
com processos judiciais depois
que se afastam do governo.
O provável ministro da Fazenda
do governo Lula, Antônio Palocci
Filho, pensou na hipótese de
manter Armínio Fraga a frente do
BC por mais um tempo. Depois,
ele seria sucedido por Pedro Bodin, que foi diretor de Política
Monetária do BC na mesma época que Armínio ocupava a diretoria da Área Internacional, quando
Francisco Gros presidia a instituição, no final do governo Collor.
De acordo com o que a Folha
apurou, Armínio chegou a estudar a proposta, mas ela não foi para a frente. O presidente do PT,
José Dirceu, dinamitou a idéia de
Palocci no final da semana passada. Com isso, Palocci partiu para a
escolha do nome. O primeiro a ser
sondado foi Bodin, mas há outros
na sua lista, além de Senna e do
próprio Bodin. O martelo deve ser
batido neste final de semana.
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