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TRANSIÇÃO
Ex-presidenciável do PPS é cotado para Previdência e advogado deve ir para Justiça; Palocci e Dirceu são nomes certos
Ciro e Thomaz Bastos devem ser ministros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Nas anotações que diz manter
em segredo, o presidente eleito,
Luiz Inácio Lula da Silva, tem seis
nomes que deverão compor o ministério, além de três outros já decididos em definitivo.
Os seis prováveis ministros são
o advogado Márcio Thomaz Bastos (Justiça), o ex-presidenciável
do PPS, Ciro Gomes, o dirigente
empresarial Roberto Rodrigues
(Agricultura), a senadora Marina
Silva (Meio Ambiente), o deputado federal Jaques Wagner (Trabalho) e o ex-deputado federal Luiz
Gushiken (Comunicação de Governo).
As três pastas definidas são: Casa Civil, que será do presidente do
PT, o deputado federal José Dirceu (SP); Fazenda, que será do
coordenador da equipe de transição, Antônio Palocci Filho, devido à preferência do senador eleito
Aloizio Mercadante (PT-SP) pelo
Congresso, e Educação, que será
do senador eleito Cristovam
Buarque (PT-DF)
Advogado de Lula há anos,
Thomaz Bastos já não demonstra
mais a mesma resistência ao cargo de ministro da Justiça. Esteve
com Lula nos últimos dias para
discutir o formato e as propostas
da pasta. Lula disse a auxiliares
que o advogado será seu ministro.
Apesar da dúvida sobre a conveniência de nomear para ministro um candidato que derrotou
nas urnas, a tendência de Lula é
colocar Ciro Gomes (PPS) na Previdência. O presidente eleito acha
que Ciro foi generoso ao lhe dar
apoio no segundo turno, não
criando, por exemplo, as mesmas
dificuldades que o ex-governador
Anthony Garotinho (PSB).
Para contentar um setor ao qual
pretende dar mais impulso exportador, o presidente eleito deve
nomear Roberto Rodrigues, presidente da Abag (Associação Brasileira de Agrobusiness), para a
Agricultura.
A fim de atender à região amazônica, às ONGs ambientais e ao
governador Jorge Viana (PT-AC),
Lula deverá nomear a senadora
Marina Silva (PT-AC) para o
Meio Ambiente. Ele acha que será
um símbolo para o ministério,
por ser uma mulher de origem
humilde, combativa e bem vista
internacionalmente.
Com um desempenho surpreendente na eleição baiana, o
deputado federal Jaques Wagner
(PT-BA) deverá ser o ministro do
Trabalho. Sindicalista, moderado
e amigo de Lula, é uma pessoa
próxima ao presidente eleito.
Coordenador-adjunto da equipe de transição, o ex-deputado
Luiz Gushiken é um dos auxiliares mais ligados a Lula. O presidente eleito deseja que ele comande uma área que julga um campo
minado: a Secretaria de Comunicação de Governo. A pasta, que
tem status de ministério, cuida da
publicidade federal, alvo dos interesses dos veículos de comunicação e das agências de publicidade.
Bem cotados
Na lista de Lula, segundo a Folha apurou, há ainda um bloco de
bem cotados. Governador do Rio
Grande do Sul e petista com trânsito na esquerda do partido, Olívio Dutra é cotadíssimo para os
Transportes. O embaixador Celso
Amorim, que esteve com Lula ontem, é nome forte para as Relações Exteriores.
Lula quer o seu vice, o senador
José Alencar (PL-MG), e o cardiologista Adib Jatene no ministério.
Mas existem obstáculos.
Alencar, um grande empresário, teme ser alvo fácil no Desenvolvimento, Indústria e Comércio. O vice de Lula pode indicar o
futuro ministro.
Parte da ala de médicos do PT
resiste bastante ao retorno de Jatene à Saúde -ele ocupou a pasta
no início do governo FHC. Por isso, cresceu a cotação do médico
Humberto Costa, do PT pernambucano, para o posto.
Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Sepúlveda Pertence é cotado para a pasta da Defesa
e para a AGU (Advocacia Geral da
União). Pertence já se colocou à
disposição do presidente eleito,
que avalia, porém, se vale a pena
perder um aliado antigo no STF.
Os dois são amigos. Em 1998,
quando hesitou a respeito da candidatura presidencial, Lula pensou em lançar Pertence para concorrer contra FHC.
Para a Secretaria Geral da Presidência, há dois nomes fortes. O
deputado federal José Genoino,
que perdeu a eleição para o governo paulista, e Luiz Dulci, secretário geral do PT. Cresceu a cotação
de Dulci para o posto. E Genoino
poderia presidir o PT.
(KENNEDY ALENCAR)
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