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Campinas tem menos
desigualdade de renda
DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS
Com cerca de 970 mil habitantes, Campinas é a cidade com a
distribuição de renda menos desigual entre os municípios com
mais de 500 mil habitantes do Estado de São Paulo.
A conclusão leva em conta a diferença entre a renda média e a
chamada renda mediana (que divide ao meio a amostra) do chefe
de família. O rendimento mediano mensal das pessoas responsáveis pelo domicílios na cidade é de
R$ 780. Na capital paulista, esse
valor é de R$ 700.
Segundo Cláudio Dedecca, economista do Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do
Trabalho) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas),
quanto mais próximo do rendimento médio estiver o rendimento mediano, menos desigual é a
distribuição de renda.
O rendimento médio das pessoas responsáveis pelo domicílio
em Campinas é de R$ 1.460 (segundo maior entre as cidades
com mais de 500 mil habitantes).
O da capital é de R$ 1.480.
"Campinas tem uma estrutura
econômica mais homogênea do
que a capital, principalmente, pela presença do trabalho informal,
em São Paulo, ser maior. Campinas tem atividades econômicas
mais modernas", afirmou o economista da Unicamp.
São as empresas de tecnologia
de ponta que impulsionam o valor do rendimento médio de
Campinas. Entretanto as grandes
empresas não estão na cidade.
"Apesar de as indústrias não estarem na cidade, o local de residência é Campinas. A população
de baixa renda mora nas cidades
do entorno", disse o economista.
A diferença fica evidente quando se compara o rendimento médio das pessoas responsáveis pelo
domicílios de Hortolândia e Paulínia e Sumaré, cidades da região
metropolitana de Campinas que
abrigam algumas das principais
indústrias da região.
A renda média em Paulínia é R$
1.081; em Hortolândia, R$ 696; e
em Sumaré, R$ 750.
De acordo com o diretor titular
do Ciesp (Centro das Indústrias
do Estado de São Paulo) de Campinas, Francisco de Oliveira Lima
Filho, 438 indústrias de médio e
grande porte são associadas à entidade na região.
A média de anos de estudo de
Campinas é de 7,9, dois meses a
mais do que a de São Paulo. "Isso
tem um efeito positivo com o passar dos anos. Com uma boa estrutura econômica, a tendência é que
os filhos tenham um nível educacional melhor", diz Dedecca.
Esse é o caso do advogado Paulo
Roberto Toledo Corrêa, 48, dono
de um escritório especializado em
propriedade intelectual e industrial no centro de Campinas. Os
três filhos do advogado estudam
em colégios particulares.
"A maioria dos clientes está relacionada à industria. Com o que
ganho, mantenho meu apartamento, meu escritório, meu carro
e sou sócio de dois clubes", diz
Corrêa.
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