São Paulo, sábado, 30 de novembro de 2002

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Campinas tem menos desigualdade de renda

DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS

Com cerca de 970 mil habitantes, Campinas é a cidade com a distribuição de renda menos desigual entre os municípios com mais de 500 mil habitantes do Estado de São Paulo.
A conclusão leva em conta a diferença entre a renda média e a chamada renda mediana (que divide ao meio a amostra) do chefe de família. O rendimento mediano mensal das pessoas responsáveis pelo domicílios na cidade é de R$ 780. Na capital paulista, esse valor é de R$ 700.
Segundo Cláudio Dedecca, economista do Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), quanto mais próximo do rendimento médio estiver o rendimento mediano, menos desigual é a distribuição de renda.
O rendimento médio das pessoas responsáveis pelo domicílio em Campinas é de R$ 1.460 (segundo maior entre as cidades com mais de 500 mil habitantes). O da capital é de R$ 1.480.
"Campinas tem uma estrutura econômica mais homogênea do que a capital, principalmente, pela presença do trabalho informal, em São Paulo, ser maior. Campinas tem atividades econômicas mais modernas", afirmou o economista da Unicamp.
São as empresas de tecnologia de ponta que impulsionam o valor do rendimento médio de Campinas. Entretanto as grandes empresas não estão na cidade.
"Apesar de as indústrias não estarem na cidade, o local de residência é Campinas. A população de baixa renda mora nas cidades do entorno", disse o economista.
A diferença fica evidente quando se compara o rendimento médio das pessoas responsáveis pelo domicílios de Hortolândia e Paulínia e Sumaré, cidades da região metropolitana de Campinas que abrigam algumas das principais indústrias da região.
A renda média em Paulínia é R$ 1.081; em Hortolândia, R$ 696; e em Sumaré, R$ 750.
De acordo com o diretor titular do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Campinas, Francisco de Oliveira Lima Filho, 438 indústrias de médio e grande porte são associadas à entidade na região.
A média de anos de estudo de Campinas é de 7,9, dois meses a mais do que a de São Paulo. "Isso tem um efeito positivo com o passar dos anos. Com uma boa estrutura econômica, a tendência é que os filhos tenham um nível educacional melhor", diz Dedecca.
Esse é o caso do advogado Paulo Roberto Toledo Corrêa, 48, dono de um escritório especializado em propriedade intelectual e industrial no centro de Campinas. Os três filhos do advogado estudam em colégios particulares.
"A maioria dos clientes está relacionada à industria. Com o que ganho, mantenho meu apartamento, meu escritório, meu carro e sou sócio de dois clubes", diz Corrêa.


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