São Paulo, sexta-feira, 30 de novembro de 2007

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Serra vê PSDB afinado; Aécio espera nova uma proposta

DA SUCURSAL DO RIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse ontem no Rio que os governadores tucanos estão "afinados" em relação à prorrogação da CPMF. Ele evitou se posicionar abertamente sobre o tema, mas a governadora gaúcha, Yeda Crusius, citada por Serra, lidera movimento a favor do tributo.
Para Serra, a prorrogação da CPMF é um "problema relevante": "O Aécio [Neves, governador de Minas Gerais] e eu, que temos uma posição afinada, Cássio Cunha Lima [Paraíba], Yeda Crusius e Teotônio Vilela [Alagoas] estamos discutindo internamente essa questão com a bancada do Senado."
"Nós temos, os governadores do PSDB todos, um entendimento a esse respeito. Estamos discutindo dentro do partido", disse. Questionado sobre uma eventual perda de recursos por parte dos Estados, ele afirmou que "poderia discutir longamente sobre o assunto": "Eu não tenho dado declarações fora das reuniões da bancada e pretendo me manter assim".
Serra esteve no Rio para assinar convênios com o governo fluminense sobre matérias de interesse fazendário. Ao lado de Serra, o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), defendeu mais uma vez a CPMF: "O país está quase alcançando o grau de investimento nas agências internacionais. Não podemos brincar com o equilíbrio fiscal", declarou.
O convênio de ontem permitirá que o ICMS de produtos farmacêuticos e rações animais que chegam ao Rio sejam cobrados em São Paulo quando este Estado for o produtor.

Nova proposta
Já o governador Aécio Neves (PSDB) disse que, se o governo federal reformular a sua proposta, beneficiando Estados e municípios, as negociações sobre a CPMF poderão ser reabertas com os Executivos estaduais: "Essas conversas só podem haver se o governo federal apresentar uma disposição clara de reformular de forma profunda essa proposta. Portanto, enquanto não houver isso, não há por que o PSDB negociar".
"Os senadores é que em última instância tomarão essa decisão. Caberá a eles votar. Mas obviamente os governadores, enquanto instância partidária, estarão discutindo isso", disse.
"Se o governo achar que pode antecipar fortemente o cronograma dos investimentos da saúde, transferindo esses recursos para Estados e municípios, avançar na desoneração de alguns tributos, a transferência de algumas questões, de algumas responsabilidades maiores para Estados e municípios, como na questão rodoviária, acho que devemos estar atentos para discutir."
Aécio, que desde o primeiro momento da discussão se mostrou favorável à prorrogação da CPMF, disse ser necessário que o Planalto faça "gestos claros".


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