São Paulo, segunda-feira, 30 de novembro de 2009

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Denúncias são "graves" e "consistentes", diz Kassab

RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), disse ontem que as denúncias contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), filmado ao receber dinheiro vivo na campanha eleitoral de 2006, são "graves" e "têm consistência". Para o prefeito, seu aliado tem "obrigação" de dar esclarecimentos sobre o escândalo investigado por uma operação da Polícia Federal, a Caixa de Pandora. Kassab é presidente do Conselho Político do DEM e o ocupante de cargo no Executivo que hoje tem a maior projeção na sigla, mas alegou não estar a par das discussões partidárias sobre as denúncias.
Apesar da negativa, o prefeito ecoou o discurso público dos líderes do DEM. Uma nota divulgada anteontem, assinada pelo presidente da sigla, Rodrigo Maia (RJ), pelo líder no Senado, José Agripino (RN), e pelo líder na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), diz: "As graves denúncias feitas contra o governador do DF exigem esclarecimentos convincentes. O partido (...) aguarda a manifestação oficial do governador para poder se pronunciar". Kassab, ao lado do ex-senador Jorge Bornhausen (SC), lidera uma corrente do DEM já fechada com a candidatura do governador paulista José Serra (PSDB) à Presidência em 2010.
No último dia 18, Arruda reuniu os líderes do DEM em almoço em sua casa, em Brasília, para "demonstrar unidade" do partido nas eleições. Arruda disse, na ocasião, que defendia uma chapa "Serra-Aécio", referência ao governador de MG. A seguir, trechos da entrevista concedida ontem.

 

FOLHA - Que atitude o governador Arruda deve tomar?
GILBERTO KASSAB - As denúncias são muitos graves. Elas têm consistência. É evidente que o governador vai, ao longo do dia, fazer esclarecimentos ou manifestações que julgar adequados. Ele tem obrigação de fazer esses esclarecimentos. E tenho certeza -e é a nossa expectativa- é que o fará. Mas as denúncias são muito graves.

FOLHA - Como o partido recebeu essas denúncias, como foi a discussão interna no partido sobre isso?
KASSAB - Eu não pertenço à direção. Vi pelos jornais que [os dirigentes] estão reunidos. Mas imagino que o partido esteja atento porque, em algum momento, vai precisar se posicionar. E que seja o mais rápido possível.

FOLHA - O sr. acha que Arruda tem condições políticas de permanecer no cargo?
KASSAB - Eu acho que já se passaram dois dias e os esclarecimentos dele, a sua manifestação, não podem tardar muito.

FOLHA - As explicações dadas até agora foram suficientes?
KASSAB - Não tenho conhecimento de nenhuma explicação.

FOLHA - A alegação é que as investigações têm fundo político.
KASSAB - Eu não tive acesso a essas explicações, mas é muito importante [que sejam feitas].


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