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Denúncias são "graves" e "consistentes", diz Kassab
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), disse ontem que as denúncias contra o
governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda
(DEM), filmado ao receber dinheiro vivo na campanha eleitoral de 2006, são "graves" e
"têm consistência". Para o prefeito, seu aliado tem "obrigação" de dar esclarecimentos sobre o escândalo investigado por
uma operação da Polícia Federal, a Caixa de Pandora.
Kassab é presidente do Conselho Político do DEM e o ocupante de cargo no Executivo
que hoje tem a maior projeção
na sigla, mas alegou não estar a
par das discussões partidárias
sobre as denúncias.
Apesar da negativa, o prefeito ecoou o discurso público dos
líderes do DEM. Uma nota divulgada anteontem, assinada
pelo presidente da sigla, Rodrigo Maia (RJ), pelo líder no Senado, José Agripino (RN), e pelo líder na Câmara, Ronaldo
Caiado (GO), diz: "As graves denúncias feitas contra o governador do DF exigem esclarecimentos convincentes. O partido (...) aguarda a manifestação
oficial do governador para poder se pronunciar".
Kassab, ao lado do ex-senador Jorge Bornhausen (SC), lidera uma corrente do DEM já
fechada com a candidatura do
governador paulista José Serra
(PSDB) à Presidência em 2010.
No último dia 18, Arruda reuniu os líderes do DEM em almoço em sua casa, em Brasília,
para "demonstrar unidade" do
partido nas eleições. Arruda
disse, na ocasião, que defendia
uma chapa "Serra-Aécio", referência ao governador de MG.
A seguir, trechos da entrevista concedida ontem.
FOLHA - Que atitude o governador
Arruda deve tomar?
GILBERTO KASSAB - As denúncias
são muitos graves. Elas têm
consistência. É evidente que o
governador vai, ao longo do dia,
fazer esclarecimentos ou manifestações que julgar adequados.
Ele tem obrigação de fazer esses esclarecimentos. E tenho
certeza -e é a nossa expectativa- é que o fará. Mas as denúncias são muito graves.
FOLHA - Como o partido recebeu
essas denúncias, como foi a discussão interna no partido sobre isso?
KASSAB - Eu não pertenço à direção. Vi pelos jornais que [os
dirigentes] estão reunidos. Mas
imagino que o partido esteja
atento porque, em algum momento, vai precisar se posicionar. E que seja o mais rápido
possível.
FOLHA - O sr. acha que Arruda tem
condições políticas de permanecer
no cargo?
KASSAB - Eu acho que já se passaram dois dias e os esclarecimentos dele, a sua manifestação, não podem tardar muito.
FOLHA - As explicações dadas até
agora foram suficientes?
KASSAB - Não tenho conhecimento de nenhuma explicação.
FOLHA - A alegação é que as investigações têm fundo político.
KASSAB - Eu não tive acesso a
essas explicações, mas é muito
importante [que sejam feitas].
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